Política

Base aliada trabalha para evitar CPI da Petrobras

A Comissão Parlamentar de Inquérito está prevista para ser lida nesta terça-feira, 1º, em plenário pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/03/2014 às 22:30

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Integrantes da base aliada e do governo intensificarão nesta segunda-feira, 31, as articulações nos bastidores para tentar evitar a criação da CPI da Petrobras prevista para ser lida nesta terça-feira, 1º, em plenário pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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Apesar da previsão de leitura, não há regimentalmente nenhum prazo estabelecido para que isso ocorra. Ou seja, caso queira, Renan pode adiar a leitura em plenário. Segundo apurou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, essa possibilidade é uma aposta de integrantes do Palácio do Planalto que vem acompanhando de perto o desenrolar das discussões.

Antes mesmo de tomar posse como ministro de Relações Institucionais, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) participa de uma série de reuniões nesta segunda-feira com integrantes da base em que o tema central será a criação da CPI. A posse do petista está prevista para terça.

"Normalmente se estabelece uma distorção do processo investigatório em uma CPI. Evidentemente fica uma disputa entre oposição e base e um clima de instabilidade. Isso interessa apenas à oposição e não à situação", afirmou o petista.

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Integrantes da bancada do PT no Senado também foram convocados para se reunirem nesta segunda-feira para discutirem uma estratégia para tentar esvaziar a CPI. "Vamos sentar pela manhã e à tarde para fazer uma avaliação. Obviamente que a primeira alternativa nossa é não ter a CPI. A segunda é ver como seria administrada a comissão e avaliar essa ideia de ter uma CPI mais ampla", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

Renan Calheiros pode adiar a leitura em plenário (Foto: Divulgação)

A ampliação do tema que poderá ser investigado pela CPI ainda não é consenso e pode até parar na Justiça o que levaria ao adiamento da criação da comissão por tempo indeterminado. "A partir do momento que se judicializa não depende mais do mundo político. Ai quem defini o ritmo é quem estiver com a ação na mão. Mas não tem nenhuma estratégia fechada. Vamos discutir nesta segunda-feira", afirmou Ricardo Berzoini. "Essa questão do adendo ainda não está pacificada. Quem decide é a Mesa do Senado, a Comissão de Constituição e Justiça, e em última instância o Supremo Tribunal Federal", considerou Humberto Costa.

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Integrantes do governo e do PT defendem que o foco da investigação seja ampliado e alcance também as denúncias de formação de cartel e fraudes em licitações de trens em São Paulo e porto de Suape, em Pernambuco. Em ambos os casos, os maiores prejudicados seriam partidos de oposição como o PSDB e PSB.

Incomodado com a possibilidade de também ter Suape na lista de investigação dos congressistas, o governador de Pernambuco e possível candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), teria ligado para integrantes da base aliada informando que também colocaria em discussão a investigação da Transpetro e Eletrobras controladas pelo PMDB.

Agenda positiva

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Em meia à discussão da criação de uma CPI, considerada como uma pauta negativa para o governo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentará colocar na ordem do dia votações de cunho popular. "Tem um esforço concentrado que vamos fazer na semana do dia 7, segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Já apelei à Câmara para isso, para fazer esse esforço concentrado em todos esses dias para votar uma pauta remanescente que está ai desde outubro como a regulamentação de empregada doméstica, corrupção como crime hediondo, regras para as casas de espetáculos como foi o caso de Santa Maria, o projeto dos cinegrafistas, reforma política", afirmou Alves.

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