Política
Para Álvaro Dias (PSDB-PR), "é inadmissível que não se promova uma mudança radical na Petrobras". "Se não há participação direta, há o crime de omissão, de conivência e de cumplicidade"
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A revelação de que uma ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras alertou a presidente Maria das Graças Foster de irregularidades na estatal fez com que líderes da oposição pedissem nesta sexta-feira, 12, a substituição imediata do comando da estatal.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), "é inadmissível que não se promova uma mudança radical na Petrobras". "Se não há participação direta (no esquema), há o crime de omissão, de conivência e de cumplicidade", afirmou Dias. "Não há como tolerar essa passividade do governo com relação aos gestores da Petrobras".
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também afirmou que Graça perdeu as condições de permanecer no posto. "Ela vai se transformando numa presidente fraca, que não tomou medidas para conter os desmandos na Petrobras", disse.
Reportagem do jornal Valor Econômico publicada nesta sexta-feira afirma que a atual diretoria da Petrobras foi informada de irregularidades em contratos da petroleira antes do início da Operação Lava Jato, que apura um esquema de desvio de recursos para o pagamento de propina a políticos.
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Segundo a publicação, a geóloga Venina Velosa da Fonseca, que entre 2005 e 2009 foi subordinada ao ex-diretor Paulo Roberto Costa - preso pela Polícia Federal e em acordo de delação premiada com a Justiça -, apresentou denúncias de malfeitos à diretoria da petroleira, inclusive com e-mails encaminhados a Graça Foster.
"As denúncias são gravíssimas e provam, com os e-mails, que a Graça foi alertada sobre as irregularidades. Há muito tempo ela deixou de ter condições mínimas de dirigir a empresa", avaliou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
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"A oposição tem insistido que a presidente da República renove a diretoria da Petrobras, para que a empresa possa ter um comando sem histórico de relação com as denúncias", concluiu.
O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), endossou o coro. "É um enredo estarrecedor. Não há mais qualquer desculpa para a permanência de Graça Foster na Presidência da Petrobras. Se tiver o mínimo de juízo, a presidente Dilma tem a obrigação de demitir sua protegida e toda a diretoria da empresa Se não o fizer, vai sinalizar que também faz parte da quadrilha que saqueou a Petrobras", afirmou em nota.
O líder sugeriu que Venina passe a ter proteção policial. "Estamos falando de uma quadrilha que não tem limites. O fato de Graça Foster já saber das denúncias não nos surpreende. Isso já havia ficado claro nos depoimentos de Paulo Roberto Costa", disse.
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"No entanto, o depoimento de Venina pode agregar novos detalhes aos processos que já estão em andamento na Justiça, fortalecendo as provas contra agentes públicos e políticos que sequestraram a Petrobras", completou Bueno.
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