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Depois de 17 meses seguidos de crescimento no número de roubos no Estado de São Paulo e em meio ao aumento também dos latrocínios, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) trouxe nesta quarta-feira o advogado Alexandre de Morais para comandar a Secretaria da Segurança Pública no lugar de Fernando Grella. Secretário de Justiça de Alckmin entre 2002 e 2005 e filiado ao PMDB, Moraes vai assumir o cargo em 1.º de janeiro. Em sua primeira entrevista depois da nomeado, Moraes disse que iria “dar continuidade” à gestão Grella e afirmou que trabalharia para reduzir a “criminalidade”, não apenas os roubos. Também destacou que a marca de seu antecessor foi o “respeito aos direitos humanos”.
Sinalizou, entretanto, que o Estado deverá levar à Assembleia Legislativa novas leis voltadas à questão da segurança. “O Supremo Tribunal Federal (STF), recentemente, julgando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) sobre uma legislação estadual de Alagoas, acabou abrindo uma possibilidade maior de os Estados legislarem sobre questões afetas à segurança pública. Vamos explorar isso para trazer novos mecanismos legais de combate à criminalidade, nos moldes do que na Europa se denomina subsidiariedade, ou permitir que as localidades possam legislar mais”, afirmou.
Moraes já foi presidente da antiga Fundação para o Bem-Estar do Menor (Febem) e, segundo Alckmin, participou da criação da minuta de um projeto de lei que o governo paulista defende para manter adolescentes detidos por mais tempo na Fundação Casa - que depende de aprovação do Congresso.
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O secretário também sinalizou a intenção de “aumentar a interlocução” com o governo federal e com os municípios para planejar ações policiais e disse que era preciso “acelerar” ações já em andamento voltadas para incrementar principalmente as ações de inteligência policial - as investigações.
O novo secretário participou da gestão Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura entre 2007 e 2010, quando acumulou os cargos de presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Transporte (SPTrans), além de secretário de Transportes e de Serviços. Ficou conhecido como “supersecretário, administrando um orçamento de cerca de R$ 5 bilhões - até romper com Kassab e deixar o governo, na época que o ex-prefeito articulava a saída do DEM e criação do PSD. O atual secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, foi convidado por Alckmin para assumir a Secretaria da Justiça, mas recusou o convite. Assim, deixará o governo em janeiro. Ele afirmou hoje que sua intenção é retornar ao Ministério Público Estadual, onde é promotor público. “Cumpri minha missão”, disse.