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A reta final da campanha pelo governo de São Paulo será a disputa com um candidato que, líder confortável nas pesquisas de intenção de votos, tentará garantir a reeleição logo no 1º turno ao mesmo tempo em que deverá enfrentar uma semana de críticas à sua gestão como governador do Estado feitas pelos dois principais adversários. A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na noite de sexta-feira, trouxe tranquilidade à campanha à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano aparece estável com 51%, 29 pontos à frente do segundo colocado, Paulo Skaf (PMDB), que tem 22%. Alexandre Padilha (PT) aparece em terceiro com 8%.
Em situação estável, a campanha tucana torce para que esta semana transcorra sem sobressaltos. A orientação é administrar a vantagem usando tom propositivo nos programas do horário eleitoral. Dos três programas de TV disponíveis para esta semana dois serão reservados à apresentação de propostas.
A ordem é baixar o tom e deixar de lado críticas como a que fez na semana passada ao classificar de “incompetente” a gestão de Alexandre Padilha no Ministério da Saúde e ligar a candidatura petista ao mensalão. Isso não significa, entretanto, que Alckmin não irá rebater as críticas que julgar necessário. Os tucanos vão ficar de olho nos programas dos adversários e, a depender do que for veiculado pelas campanhas de Padilha e Skaf, vão reservar espaço para eventuais contra-ataques. O conteúdo vai ser definido ao longo da semana.
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Os mais fortes ataques deverão partir de Skaf. O presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) cresceu nas primeiras semanas de campanha fazendo fortes críticas à gestão do governo atual, chegando até a afirmar que o governador “não tem tesão” para governar São Paulo, mas, mesmo mantendo o tom, estagnou na reta final.
Para o coordenador da campanha peemedebista, Luiz Antonio Fleury Filho, as críticas não “colaram” em Alckmin por causa da campanha nacional. “A campanha presidencial teve fatos trágicos e de muita comoção e isso acabou prejudicando um pouco a eleição estadual.”
A morte em acidente aéreo de Eduardo Campos, ex-candidato do PSB e a entrada de Marina Silva na disputa, segundo ele, desviaram a atenção da campanha estadual, o que beneficiou o candidato mais conhecido, no caso o governador de São Paulo, analisa Fleury. Ainda assim, a ideia da coordenação da campanha peemedebista é manter a estratégia belicosa, tendo como principal arma a crise de abastecimento no Estado. “Nessa reta final, as pessoas começam a pensar e definir realmente seus votos e acredito que será o melhor momento do Skaf.”
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O petista Alexandre Padilha, que protagonizou trocas de acusações com Alckmin na últimas duas semanas, também pretende manter os ataques, mas não pretende aumentar o tom que já vem adotando e nem reserva uma “arma secreta” para a linha de chegada. O petista apostará mais na estratégia de “colar” sua imagem à da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição. “Sabemos que o voto do governador tende a ser associado ao do presidente na última semana de campanha”, disse ele, na semana passada, durante ato de campanha na zona leste de São Paulo. Padilha aposta na média história de 20% dos votos de candidatos do PT em São Paulo, não só para ir ao 2º turno, mas também para garantir votação importante para Dilma no maior colégio eleitoral do país.
Para isso, o PT vai apostar na exposição de seu maior cabo eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, Lula percorreu três cidades paulistas - Guarulhos, Mauá e Santo André - para pedir votos para seus candidatos. Nesta semana ele deve estar presente em mais três eventos, em Campinas hoje, e em São Paulo, na sexta. O encerramento da campanha, na véspera da eleição, será no berço do PT, na praça da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo.