Política

Alckmin enviará pedidos a Dilma contra crise hídrica

Todas as exigências citadas pelo governador vieram acompanhadas por críticas às medidas do governo federal tomadas ao longo do ano em relação ao saneamento

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 29/10/2014 às 17:09

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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira, 29, que preparou um pacote de novos pleitos à presidente Dilma Rousseff (PT) para combater a crise hídrica que atinge o Estado de São Paulo. Todas as exigências citadas por Alckmin vieram acompanhadas por críticas às medidas do governo federal tomadas ao longo do ano em relação ao saneamento.

A primeira delas, disse o governador em visita às obras de uma unidade de saúde em Santos, no litoral paulista, será fazer com que a União estabeleça o abastecimento humano como uma prioridade. Ele citou como exemplo a Represa do Jaguari, responsável pelo abastecimento do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro e de Campinas.

"O operador nacional do sistema obrigou a fazer a abertura das águas a ponto de ameaçar uma intervenção na Cesp (Companhia Energética de São Paulo). A represa tinha 40%, hoje ela tem 12%" afirmou Alckmin. "Essa água toda foi embora para produzir energia elétrica." Segundo o governador, a União "priorizou a energia elétrica".

O segundo pleito que será levado pelo tucano é que Dilma acabe com o PIS/Cofins, imposto cobrado pelo governo federal. Para Alckmin, Dilma "transforma empresas em arrecadadoras de impostos federais".

"O governo federal precisa tirar o imposto da água. É inacreditável. A Prefeitura cobra zero, o Estado cobra zero. Só a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) paga R$ 680 milhões em PIS/Cofins. Transforma empresas em arrecadadoras de impostos federais", disse o tucano. "Há quatro anos isso foi prometido pela presidente."

Neste ano, a Sabesp anunciou corte de R$ 900 milhões em seu orçamento. A desoneração de impostos poderia servir para compensar o valor.

Geraldo Alckmin enviará pedidos a presidente Dilma Rousseff contra a crise hídrica (Foto: Divulgação)

Por último, Alckmin disse que vai pedir o fim da concessão da Represa do Jaguari no fornecimento de água para energia elétrica. Ao destiná-la apenas para o abastecimento, Alckmin afirmou que ela garantiria mais 1,1 bilhão de m³ de água para as cidades abastecidas por ela.

"É muito insignificante do ponto de vista elétrico. Vamos pedir para encerrar a concessão e manter a Represa de Jaguari só para abastecimento humano. Aí o operador nacional do sistema não poderá fazer o que fez", afirmou o governador.

A situação da Represa do Jaguari virou motivo de um embate institucional neste ano.

Sem terceiro turno

O governador criticou Dilma pelas declarações dadas por ela sobre a crise hídrica. "Não tem terceiro turno. Isso prejudica a população. Nossa disposição é do diálogo, da cooperação. De trabalharmos juntos em benefício da população", afirmou Alckmin. "Tem que parar com essa briga. A eleição já acabou."

Nesta terça-feira, 28, em entrevista à TV Bandeirantes, Dilma voltou a responsabilizar a falta de planejamento do governo Alckmin pela crise de abastecimento e afirmou que o governo federal chegou a oferecer, em fevereiro, ajuda financeira "para qualquer obra emergencial". O tucano, porém, recusou de acordo com a presidente.

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