O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), vai assinar nos próximos dias o contrato da compra dos trens que vão compor o sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), que ligará Santos a São Vicente na primeira fase. A obra física deve começar ainda este ano.
O anúncio foi feito na manhã de ontem, no Palácio dos Bandeirantes, após encontro com o prefeito eleito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Após a audiência com Alckmin, Paulo Alexandre detalhou que a implantação do VLT conta hoje com três licitações em andamento.
A primeira se refere à compra dos vagões. Houve um questionamento de uma empresa, mas a Justiça deu uma decisão favorável na última quarta-feira. A segunda licitação é da obra física. “A expectativa é que até o final do ano o Governo possa assinar o contrato e emitir a ordem de serviço para que a obra possa começar”. Já a terceira licitação é referente à parte tecnológica e também está em curso.
“Já existem recursos assegurados, processos iniciados e irreversíveis com relação ao VLT. Vamos trabalhar para acelerar os procedimentos junto ao Governo do Estado para que a obra possa ser entregue o mais rápido possível para a população”, comentou Paulo Alexandre Barbosa.
Ao comentar a necessidade de um projeto para aliviar o tráfego na entrada de Santos, o governador tirou da manga mais um projeto viário: uma ligação ferroviária para passageiros entre o Município e a Capital. “Vamos estudar já o Expresso Santos. Uma ligação ferroviária de passageiros que terá as linhas de São Paulo a Jundiaí, de São Paulo a Sorocaba e de São Paulo a Santos. Já vamos iniciar o estudo. No trecho de Jundiaí até já contratamos o projeto detalhado”, anunciou Alckmin.
De acordo com Paulo Alexandre, atualmente não há para a entrada da Cidade nenhum “projeto básico nem executivo. Existe apenas um estudo e vamos aprofundá-lo para que possamos ter um projeto básico e um executivo para fazer obra”. Ele espera contar com o Estado para a elaboração do projeto.
Alckmin entende que o afunilamento na entrada de Santos é fruto do crescimento da frota paulista. “Era de 12 milhões de veículos há dez anos, hoje tem 23,8 milhões de veículos, dobrou praticamente em dez anos. Vamos fazer um trabalho junto com a Prefeitura para ter a melhor solução técnica”.
‘Lição de casa’
Quanto a outro antigo projeto viário, o túnel ligando as zonas Leste e Noroeste do Município, Paulo Alexandre afirmou que primeiro é preciso fazer a “lição de casa”. Ele explicou que o projeto existente foi elaborado há oito anos e está defasado. “É inexeqüível. Hoje, primeiro é preciso fazer a adaptação do projeto para uma fase posterior buscar recursos para viabilizá-lo”.
“O balanço foi muito positivo. O Governo do Estado é um grande parceiro da Cidade, muitos investimentos são feitos com o apoio do Estado e nossa intenção é ampliar os investimentos”, Paulo Alexandre Barbosa.
Números da Operação Verão não estão definidos
O governador ainda não tem à disposição o número de policiais que virão para as cidades da Baixada Santista na Operação Verão, que costuma reforçar o policiamento até o Carnaval. “A Secretaria de Segurança Pública vai dar os números. Teremos forte presença policial, ostensiva e preventiva para prevenir o crime e proteger a população”, garantiu Geraldo Alckmin.
Para todo o Estado, ele anunciou o reforço de 200 delegados, que estão concluindo este mês o curso na Academia de Polícia. Ele não informou quantas dessas autoridades virão para a região.
Ainda no setor, o prefeito eleito de Santos destacou a necessidade de acessar um programa do Governo Federal, com uma linha de crédito específica para a compra de equipamentos de monitoramento por vídeos. “Vamos colocar esse monitoramento em todos os bairros. O Governo Federal dispõe de um programa específico, que o Município não acessou”.
Segundo Paulo Alexandre, uma de suas medidas será a implantação da Operação Atividade Delegada, um convênio firmado entre as prefeituras e a Secretaria de Segurança Pública permitindo aos policiais militares trabalharem por no máximo 12 dias por mês em suas folgas.
“Temos que resolver essa questão de uma forma conjunta, envolvendo Município, Estado e Governo Federal. É dessa maneira que vamos enfrentar esse desafio”.
Morte de sargento
Segundo Alckmin, em breve a Polícia Civil terá informações sobre a autoria do homicídio do sargento Marcelo Fukuhara, na madrugada do dia 7 de outubro. Ele foi morto a tiros de fuzil, na frente de um dos bufês de sua esposa, na Ponta da Praia, em seu dia de folga, enquanto passeava com seu cão.
“A polícia vai informar, na hora certa, até para não atrapalhar a investigação. Não costumamos antecipar. Veja o caso do ex-secretário da Prefeitura de Guarujá Ricardo Joaquim (também assassinado) a polícia desvendou e prendeu. A polícia vai desvendar e prender”, garantiu o governador. Ele atentou para a necessidade de a Polícia Civil colher provas materiais para prender os suspeitos. “Às vezes, se tem os suspeitos, mas é preciso ter prova material. Senão, não adianta. (A polícia) prende, depois (a Justiça) solta. É um trabalho que precisa ser feito com responsabilidade, com muito afinco. Toda a polícia está trabalhando nesse sentido”.
Nomes do secretariado começam a ser divulgados este mês
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O mistério está perto do fim. O prefeito eleito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) começa a divulgar este mês os nomes de seu secretariado. Ele não tem dado sequer pistas de quem serão os escolhidos.
Ele reiterou ontem, no Palácio dos Bandeirantes, o compromisso assumido na campanha de ter, como primeiro ato de seu mandato, a assinatura do Projeto da Ficha Limpa Municipal. “A idoneidade é um fator fundamental. Qualificação é outro fator muito importante. E, em terceiro, o secretariado tem de ter comprometimento com a Cidade. Servir a população requer comprometimento integral”.
Logo no começo do mandato, Paulo Alexandre deve cumprir uma agenda internacional. O objetivo é buscar verbas de órgãos de financiamento para projetos. “A Prefeitura tem saúde financeira e capacidade administrativa para tirar obras do papel”.
Questionado se está tranquilo ou preocupado com os números parciais da Administração Municipal, obtidos por membros de sua equipe de transição, o prefeito afirmou ser cedo para fazer qualquer análise. “Precisamos dos dados detalhados de cada área para depois montar a equipe responsável pelas realizações”.