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Eleitores afegãos tiveram comparecimento inesperadamente alto às urnas durante as eleições presidenciais deste sábado apesar da violência do Taleban e de tentativas de fraude. O comparecimento foi tão alto que em Cabul e outras grandes cidades como Candaar, muitos centros de votação ficaram sem cédulas na hora do almoço.
"Esse é um sinal de maturidade política do povo", disse Yusuf Nuristani, chefe da Comissão Eleitoral Independente. A falta de urnas de votação, porém, também ameaçou a legitimidade da eleição, uma vez que vários eleitores se sentiram desprivilegiados. Em uma escola na região leste de Cabul, centenas de homens que não conseguiram votar dispararam sua raiva contra o fechamento das urnas. "Isso é fraude", disse Matiullah, de 27 anos. "Chegamos aqui para escolher nosso líder e não conseguimos, nunca aceitaremos isso", completou.
Se bem sucedida, a eleição marcará a primeira transição democrática de poder na história sangrenta do Afeganistão. Muito depende do desenrolar das eleições: uma votação vista como legítima é necessária para a
continuidade da ajuda internacional uma vez que o mandato da coalizão liderada pelos Estados Unidos acaba em dezembro.
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A eleição anterior, em 2009, foi marcada por fraudes. Com a meta de prevenir uma repetição destes problemas, a comissão eleitoral limitou o número de cédulas a 600 por ponto de votação. Embora a comissão tenha acumulado cédulas reservas, elas se provaram insuficientes. A falta cédulas deste sábado "ofusca a eleição", na avaliação de Jonas Westerlund, que lidera o time de transição do governo sueco estabelecido no norte do Afeganistão.
Nenhum dos três candidatos à presidência - o ex-executivo do Banco Mundial Ashraf Ghani e dois ex-ministros de Relações Exteriores, Zalmai Rassoul and Abdullah Abdullah - devem conquistar a maioria dos votos deste sábado. A eleição deve ser levada a um segundo turno, o qual deve ocorrer no final de maio ou início de junho.
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A divulgação de resultados oficiais ainda deve demorar semanas, mas a contagem de votos começou logo após o fechamento das urnas. Em cinco postos de contagem visitados pelo The Wall Street Journal, Abdullah and Ghani estavam na liderança, mas o dado ainda é inicial e pode não refletir a preferência de outras regiões.
Antes da votação, a comissão eleitoral fechou mais de 10% dos pontos de contagem pelo país alegando que os locais não eram seguros o suficiente. No sábado, outros 221 centros, representantes de 3% do total não puderam abrir.
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