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O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, fez ontem duras críticas à adversária do PSB, Marina Silva, dizendo que vê na adversária uma "tentativa permanente de vitimização" e que por ela estar fazendo parte do atual cenário político, como postulante ao Palácio do Planalto, deve sim dar explicações à sociedade. "O discurso de Marina, que é vítima dos ataques do PT e do PSDB, é muito defensivo, a nossa cobrança em relação a Marina é uma cobrança política, esse é o jogo político e ela tem de estar preparada para dar essas explicações", disse o tucano, que visitou as cidades de Belém e Marabá, no Pará.
As críticas a Marina foram feitas quando o presidenciável tucano estava falando sobre o escândalo envolvendo a Petrobras, após as denúncias feitas pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa, que em 40 horas de depoimento como parte de um acordo de delação premiada. O ex-diretor da estatal citou nomes de políticos ligados principalmente ao PT, PMDB e PP e o do falecido governador de Pernambuco Eduardo Campo, que era o cabeça de chapa do PSB. A respeito do escândalo, Aécio disse que não faria qualquer acusação do gênero a Eduardo e nem a Marina. "E vou além. Em relação às acusações sobre o ex-governador Eduardo Campos, conheci Eduardo durante 30 anos. Isso não combina com ele. Eduardo era um homem de bem. Eu faço toda essa ressalva. Agora, esse discurso da candidata Marina que é vítima dos ataques do PT e do PSDB é um discurso muito defensivo", reiterou.
Ainda com relação à adversária do PSB, Aécio lembrou que seu partido não tem nenhuma semelhança com o PT. "Se alguém tem uma semelhança ou uma identidade com o PT é ela (Marina), pelos seus mais de 20 anos de militância no partido, não somos nós. A nossa cobrança em relação a ela é uma cobrança política. Eu quero saber sim qual é o compromisso da Marina com o agronegócio, se vale o de hoje ou vale o de 1999, quando ela apresentou um projeto proibindo o cultivo de transgênicos no País? Qual é o compromisso dela com a estabilidade econômica do País? É o de agora ou aquele quando ela no PT votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e dentro do PT tentaram inviabilizar o Plano Real? O Brasil tem o direito de saber em qual candidata eventualmente vai votar."
Ao falar da tentativa de vitimização da ex-senadora, O presidenciável tucano disse que ninguém está imune a qualquer tipo de crítica. "A nossa crítica é política, é frontal. Porque acho que temos as melhores condições de fazer as mudanças que o Brasil precisa. Não basta apenas um conjunto de boas intenções. Boas intenções todos temos, mas é preciso que essas boas intenções de transformem em uma nova realidade", emendou. E continuou na ofensiva: "A candidata Marina, quando coloca no mesmo saco as críticas ao PT e ao PSDB, ela comete um equivoco e a meu ver, foge do debate. Quero saber com quem ela vai governar e de que forma pretende governar o País, porque quem muda de opinião a todo instante, em razão das circunstâncias ou de determinadas pressões, a meu ver, mostra uma fragilidade muito grande pra enfrentar um país com as complexidades, com as dificuldades que vamos enfrentar a partir do ano que vem."
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Dilma
Além de Marina, o presidenciável do PSDB voltou a criticar a presidente e candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, dizendo que seu governo acabou antes da hora, principalmente com os desdobramentos do escândalo da Petrobrás. Ao exemplificar que a gestão de Dilma já terminou, ele disse que Dilma já demitiu, por antecipação, o ministro da Fazenda (Guido Mantega). Sobre a estatal, Aécio disse que a gestão petista "enlameou a principal empresa do País". "Estamos aí frente ao Mensalão 2. A principal empresa pública brasileira submetida a interesse de grupos para manter o PT no poder." E destacou que não adianta o governo dizer que não sabia. "É preciso que as respostas sejam diretas, objetivas e que essas investigações possam ser aprofundadas. E quem tem responsabilidades tem que ser punido exemplarmente. E quem tem condições de iniciar um novo ciclo virtuoso, ético, eficiente, e que permita todas as regiões do Brasil avançar, somos nós."
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Mesmo com as duras críticas, o candidato tucano disse não acreditar que Dilma tenha recebido recursos do esquema que envolveu a Petrobras. "Mas, do ponto de vista político, ela foi beneficiária sim. E tinha a obrigação de saber aquilo que acontece no seu entorno. Administrar é tomar decisão. Administrar é coibir malfeitos. Administrar é apresentar resultados positivos, tudo o que esse governo não vem fazendo.