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O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou, na manhã desta quarta-feira, 3, em entrevista à rádio CBN, que o Brasil vive hoje uma nova eleição, após a morte do ex-governador Eduardo Campos e com a entrada de Marina Silva como cabeça de chapa do PSB. "Recebo as modificações (cenário eleitoral, com Marina ultrapassando sua candidatura nas recentes pesquisas de intenção de voto) com humildade, mas quem decide a eleição é o eleitor, no dia 5 de outubro", disse, negando que seu partido tenha abandonado o seu pleito e reiterando que estará na disputa do segundo turno.
Na entrevista de meia hora, o tucano voltou a criticar duramente a adversária do PSB, levantando dúvidas sobre suas posições, como fez na tarde desta terça-feira, 2, em entrevista concedida para dirimir as dúvidas de que poderia desistir de sua candidatura e para deflagrar a nova estratégia de partir para o ataque às adversárias mais bem pontuadas nas recentes pesquisas eleitorais, Marina e a petista Dilma Rousseff. "Sou oposição ao atual governo, nunca fui oposição circunstancial", afirmou Aécio que completou dizendo que nunca foi filiado ao PT.
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Reforçando que Marina já integrou os quadros do PT, o presidenciável tucano voltou a dizer que ela votou contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, projetos considerados conquistas do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Marina precisa dizer com clareza quais são suas propostas para o Brasil", cobrou. Com relação à Dilma, ele disse, mais uma vez, que a atual presidente e candidata à reeleição sofrerá uma derrota nas urnas, neste pleito. "Meu sentimento é que a presidente Dilma vai perder as eleições."
Na entrevista, Aécio foi questionado sobre sua posição sobre o aborto e destacou que um presidente da República não deve arbitrar sobre o tema, que já possui legislação formulada pelos congressistas. "O Congresso Nacional é quem deve debater (o assunto e as eventuais modificações na legislação) e eu não me oporia a isso (caso seja eleito)", frisou.
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'Maldades'
O candidato disse ainda que o legado de Dilma será o de recessão técnica, inflação em alta, baixo crescimento e falta de credibilidade que afeta os investimentos e a geração de empregos.
"O meu governo terá uma política econômica responsável, previsível", disse Aécio, ao ser questionado sobre o receituário que pretende colocar em prática, caso seja eleito, levando em conta que seu principal colaborador econômico, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, já adiantou que será um cenário difícil e que exigirá a adoção de medidas duras. Sem entrar em detalhes sobre quais seriam tais medidas, Aécio atacou a gestão petista: "Não há espaço para maldades, pois todas já foram feitas pelo atual governo, veja a recessão técnica que já estamos vivendo." E disse que ninguém tem sido mais claro nas propostas do que a sua campanha.
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O presidenciável tucano repetiu que já anunciou o nome de Armínio como seu futuro ministro da Fazenda, caso vença as eleições, para mostrar ao eleitorado que sua candidatura tem um time qualificado. "Ganhar ou perder a eleição é normal, mas acredito que vou vencer porque tenho o melhor projeto para o Brasil, que está pagando o preço pela inexperiência da atual presidente e pelas trapalhadas na economia, não podemos nos contentar com times de segunda divisão quando temos uma verdadeira seleção para colocar em campo."
Aécio prometeu resgatar os investimento em áreas prioritárias, como a saúde pública e disse, mais uma vez, que se for eleito irá rever o acordo que o Brasil firmou com Cuba para trazer os médicos daquele país para o Programa Mais Médicos. "O Brasil tem mais força do que Cuba para impor negociação diferente sobre Mais Médicos", reiterou.
Na entrevista, o tucano foi indagado sobre a situação eleitoral em seu Estado, Minas Gerais, cujo candidato de sua coligação, Pimenta da Veiga, que está atrás do candidato petista, ex-ministro Fernando Pimentel, nas pesquisas. E disse que o quadro deverá se reverter, pois sua gestão no governo mineiro (em dois mandatos) trouxe muitos benefícios e avanços à população, principalmente nas áreas sociais, como educação e saúde. "Vencemos as eleições em Minas Gerais não pelo meu sorriso, mas pelo time qualificado que sempre tivemos", disse.
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