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O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta quinta-feira, 31, que o candidato Aécio Neves (PSBD), seu adversário na eleição deste ano, fez bem em admitir que o uso do aeroporto de Cláudio, no interior de Minas Gerais, foi um equívoco. "Acho que o Aécio acertou, mesmo que depois de algum tempo, tardiamente, ao reconhecer um erro", disse em coletiva de imprensa na capital gaúcha, após participar de evento promovido pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Após cerca de dez dias de desgaste diário na imprensa, Aécio Neves falou abertamente sobre o assunto nesta quarta-feira, 30, a jornalistas em seu gabinete. "Não tenho nada a esconder. Usei várias vezes (o aeroporto de Cláudio) desde a minha juventude, quando ainda era pista de terra e depois da conclusão da obra, quando eu não era mais governador, usei algumas poucas vezes (a pista) em avião da minha família, nunca oficial. Reconheço que errei em não ter me preocupado em averiguar qual era o estágio em que a homologação estava." Ele fez questão, no entanto, de destacar que não houve nenhuma ilegalidade na construção do aeródromo.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que Aécio Neves, quando governador de Minas Gerais, desapropriou terras de seu tio-avô e transformou a pista de pouso de terra já existente em uma asfaltada ao custo de quase R$ 13 milhões. O candidato vinha sendo acusado de usar a pista para beneficiar sua família, que possui uma fazenda a seis quilômetros do local.
Em Porto Alegre, Campos afirmou que as pessoas devem ter humildade na sua vida pública e privada. "Quando erram, (é preciso) poder dizer 'errei', pedir desculpas e pagar pelo seu erro na forma que houver de se pagar pelo erro", concluiu.
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Fundo dos municípios
O candidato do PSB afirmou também que, em um eventual governo, teria como prioridade aumentar em cerca de 2 pontos porcentuais o repasse da União ao Fundo de Participação dos Municípios para "tirar da falência os serviços públicos brasileiros dos municípios".
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A uma plateia formada por prefeitos em evento na capital gaúcha, ele garantiu que há recursos para tornar o pacto federativo brasileiro mais justo e eficiente e criticou a política de desonerações do atual governo, como no caso do IPI, que, segundo ele, não dá mais resultado e, de quebra, acaba gerando diminuição dos repasses às cidades.
O candidato afirmou que, nos últimos 20 anos em que o Brasil foi governado pelo PSDB e pelo PT, houve diminuição da participação dos municípios na distribuição de receitas tributárias. De acordo com ele, Fernando Henrique Cardoso entregou o governo com 16% de participação, Lula com 14% e Dilma deverá entregar com menos de 11%. A meta de Campos seria ampliar os repasses para cerca de 13%.
Segundo o candidato, esse aumento custaria à União algo como R$ 6 bilhões. "Quero dizer que é menos da metade do que custa 0,5% da Selic quando o Banco Central se reúne lá em Brasília", afirmou. Segundo ele, quando a autoridade monetária anuncia um aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, significa um gasto de R$ 14,5 bilhões.
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Ele defendeu que a verba para aumentar o repasse de recursos aos municípios virá do mesmo lugar de onde vêm os recursos para pagar pela má governança da economia. "É (também) o mesmo dinheiro que Dilma arrumou agora para tapar o buraco do setor elétrico", avaliou. "Não tem assistência saúde, para calçamento, mas tem para outras coisas."
"Precisamos garantir a imunidade dos municípios brasileiros, dar os 2% e fazer a economia brasileira crescer, porque se a economia brasileira não crescer, a vida não vai melhorar", afirmou. "Estamos vivendo o pior cenário. Baixo crescimento, inflação e juros lá em cima. Esse é o cenário que vai derreter o emprego e destruir conquistas dos últimos governos. Houve conquistas, não vamos negar."
Campos cumpre extensa agenda nesta quinta-feira na capital gaúcha. Ele realiza caminhada pelo centro da cidade, acompanhando de lideranças do PSB e do PMDB no Estado, entre eles o senador Pedro Simon, que já declarou apoio à candidatura da Campos.
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