Política

2016 será laboratório do PMDB para ruptura eleitoral

Levantamento do Estado em todas as 26 capitais brasileiras mostra que a tendência é de que haja aliança em quatro delas. Em 15, PT e PMDB devem ficar em lados opostos

Publicado em 06/07/2015 às 11:32

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O discurso separatista cada vez mais forte do PMDB nacional já começa a apresentar reflexos no mapa eleitoral que se desenha nas capitais para 2016. Se em 2012 a legenda marchou ao lado do PT em oito capitais no 1º turno, esse número deve cair ao menos 50% no próximo ano. Levantamento do Estado em todas as 26 capitais brasileiras mostra que a tendência é de que haja aliança em quatro delas. Em 15, PT e PMDB devem ficar em lados opostos. A situação é indefinida em sete capitais.

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A ideia entre lideranças do PMDB é de que a cisão se inicie pelas duas cidades de maior eleitorado no Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, e contamine as demais capitais. A intensa agenda legislativa que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretendem imprimir no segundo semestre com vistas a aliviar a situação financeira de Estados e municípios se insere nessa estratégia de criar um discurso para atrair prefeitos para a legenda, que detém o maior número de gestões municipais do País.

Em São Paulo, a sigla trabalha com três nomes: Gabriel Chalita, atual secretário de Educação da gestão Fernando Haddad (PT) e candidato derrotado no 1º turno em 2012; Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e segundo lugar nas eleições pelo governo do Estado em 2014, e o deputado estadual Jorge Caruso. "Não vamos deixar de dialogar com os outros partidos, mas a tendência é ter candidatura própria", disse o deputado Baleia Rossi, presidente do diretório paulista do PMDB.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, também acredita que não será difícil para o partido explicar ao eleitorado no Rio o rompimento com o PT (Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)

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O vice-presidente Michel Temer, que é presidente nacional do PMDB, defende cautela antes do rompimento e ainda analisa as reais condições de vitória.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, também acredita que não será difícil para o partido explicar ao eleitorado no Rio o rompimento com o PT. "O PMDB está no governo para garantir a governabilidade. Não está como um aliado entusiasmado. Acho que a população tem compreendido bem isso."

Pupilo de Cunha e filho de Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio e do PMDB fluminense, o deputado federal quer disputar a prefeitura carioca, mas terá de enfrentar a disputa interna com outro possível candidato, o deputado federal licenciado Pedro Paulo, secretário executivo de Coordenação de Governo do atual prefeito carioca e seu padrinho político, Eduardo Paes (PMDB). O PT tem a vice-prefeitura do Rio e está dividido quanto à manutenção da aliança.

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O descolamento do PT e do Planalto também começa a afetar o debate em outras capitais. "Temos boa relação com o PT, mas a imagem do partido está muito desgastada", disse o deputado João Arruda (PR). O PMDB paranaense deve lançar o filho do senador Roberto Requião, Requião Filho, à prefeitura de Curitiba. Nas últimas eleições, PT e PMDB foram aliados em oito capitais: Maceió, Manaus, Goiânia, São Luís, Cuiabá, Belo Horizonte, Rio e Aracaju. Em São Paulo, Chalita apoiou Haddad no 2º turno.

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