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Maersk anuncia cobrança de Taxa de Combustível Fóssil a partir de julho

Objetivo é compensar emissões de gases pelos navios; transportadora dinamarquesa se prepara para transição energética no setor

Nilson Regalado

Publicado em 03/06/2024 às 11:25

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O objetivo é antecipar futuras regulamentações que obriguem o uso de novos combustíveis / Divulgação/Maersk

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A transportadora dinamarquesa Maersk divulgou na última sexta-feira (31) que vai unificar duas sobretaxas relacionadas ao óleo bunker em uma Taxa de Combustível Fóssil (FFF, em inglês). A partir de 1º de julho de 2024, todos os novos contratos vão considerar o FFF.

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O objetivo é antecipar futuras regulamentações que obriguem o uso de novos combustíveis. Em comunicado aos clientes, a transportadora explicou que pretende simplificar custos. Atualmente, existem dois tipos de sobretaxas relacionadas ao combustível para frete marítimo: o Fator de Ajuste de Bunker (BAF) e a Sobretaxa de Baixo Teor de Enxofre (LSS).

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Amônia verde, biodiesel, óleo combustível GNL, e-metanol e biometanol seguem como principais alternativas para a descarbonização do setor de navegação. As motivações para a transição verde vêm de diferentes lados: regulamentações mais rígidas, demanda do cliente, pressão do investidor e metas internas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

A Maersk se prepara para um cenário que vem se desenhando no mercado internacional.   As discussões têm pautado seguidas reuniões da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) que regulamenta o transporte marítimo internacional.

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Para alinhar essa indústria aos objetivos globais de limitar o aquecimento do planeta, reduzindo o consumo de fósseis, será preciso mudar a energia utilizada para atravessar o oceano transportando carga.

Atualmente, o frete marítimo é responsável por mais de 80% do volume de comércio mundial e quase 3% dos gases de efeito estufa (GEE) lançados na atmosfera. Na última década, o setor registrou um aumento de 20% nas suas emissões. O motivo é a frota envelhecida e funcionando quase exclusivamente com combustíveis fósseis.

A Organização Marítima Internacional revisou a estratégia para reduzir as emissões marítimas de gases de efeito estufa com meta de redução de até 30% das emissões em 2030 e de até 80% em 2040. Essas novas diretrizes foram apresentadas no ano passado e fazem parte de um programa de regras intituladas como Estratégia IMO 2023.

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Transação no mar

Para ampliar o debate sobre o tema, o Secretário-Geral da IMO, Arsenio Antonio Domínguez Velasco, veio ao Brasil no final de abril, para o seminário ‘‘Transição Energética no Mar: Desafios e Oportunidades no Brasil“, organizado pela Marinha do Brasil e por outras instituições públicas e privadas.

“Para realmente sermos mais verdes, sermos melhores e desenvolvermos novas indústrias, vamos ajudar as economias nacionais dos países, porque isso é um investimento, e precisamos começar a tomar esses passos para investir. Essa é uma agenda muito desafiadora, que foi decidida pelos Estados-Membros da IMO no ano passado. Estamos fazendo a avaliação completa dessas propostas, e qual poderia ser o impacto delas no comércio, em navios e em países, incluindo aqueles que são mais remotos, com ênfase também nos menores países em desenvolvimento, que menos poluem, mas também têm grande influência na sua região”, afirmou o Secretário-Geral da IMO.

“A agenda é adotar as novas medidas até 2025, entrando para o primeiro trimestre de 2027. A avaliação final dessas propostas será submetida na última semana de setembro, e início de outubro, e é isso que vai direcionar o caminho a seguir. Nós focamos nos países em desenvolvimento para ajudar essas implementações e explorar suas oportunidades”, completou Domínguez Velasco para a Agência Marinha de Notícias.

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Navio a metanol

A Maersk é pioneira no transportadora global por estar investindo em mais de uma solução para deixar seu frete verde.

Em 2022, a dinamarquesa fez a viagem inaugural do primeiro navio porta-contêineres do mundo a navegar com metanol verde. A embarcação com 172 metros de comprimento e motor bicombustível partiu da Coréia do Sul em direção a Copenhague, na Dinamarca.

Desde então, a rota preferencial da embarcação tem sido o Mar Báltico.

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O navio movido a metanol verde foi o primeiro de uma frota encomendada pela Maersk para operar com motores bicombustíveis a partir deste ano.

“Se forem introduzidas regulamentações que obriguem o uso de um novo tipo de combustível, teremos que repassar o custo ao cliente na forma de novas sobretaxas, aumentando a complexidade”, explica o comunicado divulgado pela Maersk.

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