APÓS TRAGÉDIA
Prefeito negou pedido de Tarcísio e de Alckmin para ceder temporariamente parte das 600 unidades habitacionais inauguradas nesta quinta
Lama e galhos tomam conta de condomínio na praia Preta, em São Sebastião / Fabio Mattos/Divulgação
Continua depois da publicidade
O prefeito de Bertioga, Caio Matheus (PSDB), negou pedido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), para ceder temporariamente parte das 600 unidades habitacionais inauguradas na manhã desta quinta-feira (2) às vítimas das chuvas na cidade vizinha de São Sebastião, que tem cerca de 1,1 mil desabrigados.
O pedido do governador foi feito na quarta (1º), durante visita das autoridades às obras de recuperação da rodovia Mogi-Bertioga, onde há trechos em que o asfalto cedeu durante a tempestade.
Continua depois da publicidade
"Não faz sentido nenhum esses imóveis estarem lá vazios, porque eu vou ter uma despesa maior para construir a 'vila de passagem' que eu preciso", disse o governador a Matheus, na ocasião. "Sim, estou contigo", respondeu o prefeito de Bertioga.
A reportagem teve acesso ao vídeo que registrou o diálogo durante a agenda. "É mais barato para mim colocar transporte de Bertioga para São Sebastião e acomodar as pessoas temporariamente", acrescentou Tarcísio.
Continua depois da publicidade
No mesmo dia, porém, Matheus negou o pedido do governador. Ele alegou que o empreendimento foi erguido no âmbito do programa federal Minha Casa, Minha Vida - Entidades, no qual associações de moradia são as responsáveis por indicar quem irá ocupar os apartamentos.
"A autonomia de gestão dos cadastros é das entidades, e não da prefeitura", disse Matheus à TV Vanguarda, afiliada da TV Globo. "Os moradores de Bertioga que estão na lista de espera a gente vai lutar com unhas e dentes para não serem retirados", continuou o prefeito.
Segundo ele, Alckmin o procurou para pedir o encaminhamento temporário de algumas unidades às vítimas da tragédia. O vice-presidente esteve na cerimônia de entrega das unidades, na manhã desta quinta.
Continua depois da publicidade
De acordo com o secretário de obras de Bertioga, Luiz Carlos Rachid, o prefeito enviou ofício às três entidades que gerem o empreendimento para pedir a destinação temporária das cerca de 300 unidades que serão ocupadas por pessoas que vivem em municípios próximos, como Suzano e Mogi das Cruzes, não afetados pelas fortes chuvas.
Rachid afirmou que os moradores aguardam a entrega das unidades habitacionais há cerca de oito anos e que a maioria vive na favela Jardim Helena.
Continua depois da publicidade