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A taxa de desemprego no Brasil caiu pelo segundo mês consecutivo, e ficou em 5,3% em agosto, um recuo de 0,3 ponto porcentual em relação a julho, de acordo com dados do Instituto Brasileior de Geografia e Estatística (IBGE) apresentados nesta quinta-feira, 26. É o menor patamar desde dezembro de 2012, quando ficou em 4,6%. No acumulado de janeiro a agosto, a taxa de desemprego se manteve na média de 5,7%.
"Houve uma inflexão da curva do desemprego, com entrada de pessoas no mercado do trabalho e redução na desocupação, mas não dá para dizer que o mercado está bom porque ainda temos quase 1,3 milhão de pessoas na fila do emprego", disse o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, Cimar Azeredo.
Para o IBGE, a queda do desemprego é reflexo direto da criação de novas vagas. Alguns analistas, no entanto, chamam a atenção para o aumento do desalento, quando trabalhadores desistem de procurar emprego. Isso teria desacelerado a expansão da população economicamente ativa (PEA).
Azeredo, porém, discorda da análise. Ele lembrou que o número absoluto de pessoas ocupadas no País teve acréscimo de 90 mil em agosto, avanço de 0,4% em um mês. O resultado acompanhou a evolução do saldo líquido de empregos formais criados em agosto, de 127.648, mostrou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na semana passada.
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Pressão
O sócio-diretor da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman, destacou em relatório enviado a clientes que o movimento da taxa de desemprego sugere que o mercado de trabalho vai permanecer sem muita margem no horizonte próximo. "Isso manterá e eventualmente aumentará as pressões sobre salários nominais, que continuam a superar significativamente qualquer estimativa razoável de crescimento de produtividade", disse.
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Com previsão de desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na passagem de 2013 para 2014, Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências, acredita que o mercado de trabalho pode sofrer um desaquecimento. Para ele, a taxa média de desemprego deve subir para 5,8%. Ele ressaltou que a geração de vagas é reflexo da confiança das empresas em relação ao volume de vendas no médio prazo, e as expectativas não têm se mostrado muito favoráveis para os próximos trimestres.
O avanço de 3,1% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado no número de trabalhadores com carteira assinada também foi um destaque nos números divulgados, segundo Azeredo. Atualmente, o contingente representa 50,4% do mercado de trabalho brasileiro, de acordo com a pesquisa. Já a quantidade de trabalhadores sem carteira caiu 6,2% em um ano.
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