Unidades educacionais de São Vicente somam 13 alunos com essa deficiência / Davi Lopes/PMSV
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A próxima terça-feira (26) será marcada pelo Dia Nacional dos Surdos, data que reforça a importância da inclusão no Brasil. Em São Vicente, unidades educacionais somam 13 alunos com essa deficiência, todos com acompanhamento de professoras intérpretes.
Dulcemara Puga, 61 anos, é uma das dez intérpretes da rede municipal. Com licenciatura em Artes e 15 anos de especialização na língua brasileira de sinais (libras), ela atua na Unidade Educacional Pastor Joaquim Rodrigues da Silva (Náutica 3), acompanhando Raíssa Adair dos Santos (11), do 6º ano. A sinergia entre professora e aluna demonstra o quanto a escola é importante na vida da menina. “A presença do intérprete é importante para que eles tenham acesso ao conhecimento. Assim como algumas crianças recebem apoio para chegar ao conhecimento esperado, o surdo precisa desse acompanhamento para a comunicação”, destaca Dulcemara, completando que a participação da família é fundamental no processo de desenvolvimento. “Todos precisam estar juntos para, além do que é feito na sala de aula, desenvolver as atividades propostas para casa. É fundamental essa parceria”.
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Raíssa, por sua vez, garante que adora estar diariamente na escola. Em libras, ela respondeu que tem amigos e gosta de todas as matérias, em especial educação física. Também contou o dia em que soltou foguetes, na programação da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), sob a orientação da professora de ciências, Eliana Isidoro. “Ela socializa bem, faz amizade fácil e é uma boa aluna. Alguns colegas estão aprendendo a conversar em libras. De algum jeito, eles conseguem se comunicar”, completa Dulcemara, finalizando que “é gratificante ser intérprete e a gente aprende muito, a cada dia”.
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ÁREA CONTINENTAL
Pedagoga e pós-graduada em Atendimento Educacional Especializado, a intérprete Marisa dos Anjos atua na UE Mário Covas (Parque das Bandeiras), onde estuda Victor Lima (13), do 6º ano. “O desafio é ajudá-los a acompanhar as aulas, adaptando as atividades à realidade da criança”, afirma Marisa, que encara como essencial a permanência da criança surda na escola. “É importante para todos: aluno, família e sociedade. Porque eles passam a compreender essas diversidades e a socializar, a participar do universo dos demais colegas, tendo a aprendizagem que merecem e a qual têm direito. No passado, não havia esse cuidado. O surdo era excluído e ficava limitado a conviver com pessoas com a mesma deficiência”.
Sobre o seu aluno, ela destaca o progresso na questão da comunicação. “Hoje ele conversa com outras pessoas, mesmo que não conheça. Também consegue ficar mais concentrado nas atividades propostas”.
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FORMAÇÃO
Na jornada em prol da inclusão na Educação, caminhando de mãos dadas com as diferenças, a Seduc, por meio do Núcleo de Educação Inclusiva e em parceria com a Foccus Editora e Serviços Educacionais, promoveu este ano a formação “Mãos que Falam - LIBRAS nas escolas”, voltada aos professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e gestores da rede municipal de ensino. O projeto tem como base instruir os educadores e apresentar estratégias relacionadas aos aspectos da surdez e sua implicação na aprendizagem dos alunos. Além das intérpretes, aproximadamente 120 docentes participaram de um ciclo de atividades e dinâmicas lúdicas, voltadas à inserção da capacitação da Língua Brasileira de Sinais (Libras), buscando fornecer aos educadores ferramentas essenciais para tornar o ensino mais inclusivo e acessível na prática docente no dia a dia em sala de aula. Outro curso abordou assuntos como a legislação que rege a inclusão de pessoas surdas nas escolas, universo e cultura surda e a prática de sinais básicos.
DATA
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Legalmente, “considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras”. No Brasil, onde 2,7 milhões de pessoas se encontram nessa condição, o Dia Nacional dos Surdos, em 26 de setembro, instituído pela Lei nº 11.796/2008, serve como um alerta para tratar a inclusão com seriedade.
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