Educação

Português elimina quatro em cada dez estudantes

Pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios aponta a língua portuguesa como fator determinante na desclassificação de candidatos a vagas de estágio

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/05/2014 às 11:28

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Uma das competências mais observadas por gestores em processos seletivos, o Português, foi tema de uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios - Nube. Realizado durante todo o ano de 2013, com 7.118 participantes, o estudo reuniu informações e estatísticas importantes quanto ao desempenho dos jovens de diferentes segmentos, áreas de atuação e de ensino.

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O teste ortográfico foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano, como "seiscentos", "escassez", "artificial", "sucesso", "licença" e "censura". Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros. Exatos 2.888 candidatos (40,6%) não obtiveram êxito na etapa da seleção e foram eliminados. No total, 37,9% das mulheres não passaram. Já entre os homens, o número foi maior, 44,1%.

Um dado chamou a atenção: quem tem idade acima de 30 anos, apresentou melhor desempenho, com 68,5% de sucesso, superando outras faixas como a de 14 a 18 anos (59,3%), 19 a 25 anos (58,9%) e 26 a 30 anos (65%). "Impressiona o fato de os jovens, na fase da universidade, registrarem erros graves na grafia. Apenas 25% dos brasileiros mantêm o hábito da leitura. Com isso, o reflexo é percebido antes até de ingressarem no mercado de trabalho. Muitos ficam pelo caminho e são excluídos das chances de construírem uma carreira, por terem pouca intimidade com as palavras", analisa o coordenador de seleção, Erick Sperduti.

O português elimina quatro em cada dez estudantes (Foto: Divulgação)

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Os alunos do ensino médio lideram negativamente o ranking, com pior resultado nos testes ortográficos. Em torno de 49,1% ultrapassaram as falhas aceitáveis, seguidos dos estudantes do superior (40,3%), superior tecnólogo (38,2%) e médio técnico (37,2%). Quem estuda em escola particular, teve desempenho pior (40,6%) se comparados às públicas (40,2%). Já na faculdade a diferença se amplia. Cerca de 40% dos jovens das instituições privadas ficaram para trás, contra 22,5% das municipais, estaduais ou federais.

Entre os cursos, também foram divididos aqueles com melhores e piores índices. Com estatística mais baixa, em quantidade de reprovados, estão os alunos de Pedagogia (86%), Moda (75%), Secretariado Executivo (69%), Engenharia Civil (68%) e Arquitetura e Urbanismo (64%). Na outra ponta, com maior aprovação estão Engenharia de Controle e Automação (87,5%), Engenharia Química (82%), Medicina Veterinária (79%), Química (77%) e Nutrição (76%).

"A prática de leitura e, principalmente, o hábito de escrever suas ideias é um bom exercício para aprimorar a linguagem e não perder boas oportunidades em provas como o Enem ou processos seletivos", ressalta Sperduti. "O desafio para os futuros profissionais não é apenas concluir o curso, mas mostrar domínio do nosso idioma. Assim, terá chances reais de ser um dos seis estudantes, em cada dez, aprovados na fase inicial de um processo seletivo", finaliza.

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