Educação

Mitomania: como lidar com crianças que mentem o tempo todo

Neurocientista comenta sobre a alteração comportamental e suas características

Luana Fernandes

Publicado em 12/01/2022 às 08:47

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Crianças brincando / Divulgação/ Ideal H+K Strategies

Continua depois da publicidade

Mentir é uma ação desenvolvida com o processo evolutivo do ser humano. De acordo com o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, ao mentirmos, deixamos claro que além da realidade em que vivemos, existe um outro mundo inacessível em cada um de nós. "Normalmente, mentimos quando há necessidade de alcançar algum objetivo. Ativando assim, o modo de sobrevivência, por medo de sofrer punições ou enfrentar consequências", explica o especialista.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Porém, mentir de forma exagerada traz prejuízos ao cérebro, ao criar uma espécie de ciclo vicioso por conta da liberação do neurotransmissor dopamina. "Essa compulsividade altera a forma do cérebro trabalhar e, se isso acontecer na infância, a criança pode simplesmente não conseguir mais dizer a verdade e se tornar um adulto estrategista e frio, desencadeando desde cedo problemas como a depressão, a ansiedade e a negatividade perante a própria vida", alerta o neurocientista.

Continua depois da publicidade

Para Fabiano de Abreu, as crianças estão mais aptas a mentir por conta da fase de desenvolvimento cognitivo. "Com a sensação de prazer que algumas mentiras podem trazer, as crianças podem acabar desenvolvendo uma mania, gerando uma desregulação neuronal e criando distúrbios mentais", pontua.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Continua depois da publicidade

A mitomania pode ser tratada com uma intervenção clínica denominada Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que tem como objetivo trabalhar sobre a negatividade interiorizada pelo paciente e o desenvolvimento do pré-frontal oriunda da cognição. "Os estímulos  exteriores  são  vistos  como  fatores  negativistas  e  segregacionistas pelas  crianças  que  têm  uma  compulsividade  em  mentir,  ou  seja,  as  sinapses  são modificadas perante a realidade interiorizada pelas pessoas que já possuem um distúrbio neuronal", detalha o especialista.

Segundo análises de especialistas, ao verificar a reação do cérebro humano na hora de mentir, existe uma alteração no córtex pré-frontal em conjunto com o giro do cíngulo anterior, onde a pessoa tenta inibir transparecer suas emoções para não sofrer punições. Com a prática constante da mitomania, a criança pode começar a criar estratégias de forma compulsiva para ludibriar as pessoas. "Em caso de mentira e a percepção dela, os pais deverão conversar com as crianças, mostrando que tal ato não deve ser repetido, sem criar algum tipo de receio traumático", aconselha.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software