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A correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - centro de controvérsias nas edições passadas - já enfrentou três ações civis públicas neste ano. O exame começa nesta sexta-feira, 25, e 7,1 milhões de participantes são esperados.
As ações propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Ceará e pela Defensoria Pública do Rio pedem, além do acesso à correção, direito a recurso para mudar a nota - o que é vetado pelo edital do Enem, assim como ocorre em outros vestibulares. Desde 2012, o exame tem vista da redação, com detalhe das notas de cada uma das cinco competências. O acesso é só para fim pedagógico.
Em dois processos, o governo conseguiu tutela antecipada e, em outro, uma liminar contrária ao Enem foi cassada em segunda instância. Desde 2009, foram 13 ações civis públicas contra o exame. O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Claudio Costa, diz que houve grande avanço nesse ponto da prova. "Prefiro pensar que essas ações foram uma onda, que estamos superando", diz ele. "O ponto principal é que aprimoramos."
Costa cita a mudança no edital para anular redações com deboche, como a que trazia uma receita de macarrão instantâneo, aumento do tempo de treinamento da equipe e novos critérios para corretores. Agora, os textos seguem para a terceira correção caso haja diferença de cem pontos nas duas primeiras leituras - antes, eram 200 (em escala de 1 mil). Discrepância de 80 pontos nas competências também resulta em outra correção.
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O professor de Letras Benedito Antunes, da Unesp, diz que o grande número de textos é um desafio. "Com todos numa sala, é mais fácil ajustar o trabalho dos corretores", diz. No Enem, eles trabalham de casa. "Mas a matriz com os critérios a serem avaliados é muito boa.
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