O professor Leonardo, de geografia, e seus alunos participantes (e medalhistas) / Nair Bueno/DL
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Se o assunto é sobre medalhas os alunos da Etec Dra. Ruth Cardoso, em São Vicente, o dominam muito bem. E, somente nas Olimpíadas Brasileiras de Geografia e Ciências da Terra de 2022, eles conquistaram 8 delas, sendo 6 de prata e 2 de bronze. Sob a supervisão e ensinamento do professor Leonardo Novaes da Silva, de 34 anos, esses estudantes provaram que é possível almejar voos maiores através da dedicação, concentração e do foco.
Com um sorriso no rosto - que traduz a sua satisfação com os seus 24 alunos que participaram da Olimpíada -, Leonardo valorizou todo o empenho dos seus alunos, que, segundo ele, não tiveram muito tempo para se preparar. "Entre o convite para participarmos e a 1ª prova foi apenas uma semana. Nossos estudantes ficavam depois do horário de aula para debater alguns assuntos que cairiam no exame e ainda estudavam mais em casa. Foram muito aplicados", lembra.
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A prova foi realizada em duas etapas, com uma semana de diferença entre elas, e os alunos foram divididos em 8 grupos de três. No total eram 50 questões de multipla escolha e mais duas tarefas, onde vídeos ou textos sobre um assunto específico eram apresentados, exigindo muita interpretação de texto por partes dos estudantes. "Essas tarefas tínhamos que responder com verdadeiro ou falso, e eram um pouco mais complexas devido a algumas respostas serem bem parecidas entre si, o que nos fazia pensar com mais calma e discutí-las com o máximo de atenção", explica Beatriz Kalb Ferreira, de 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio Regular da Etec e que, aqui, representa todos os seus colegas participantes.
A prova de que os jovens estavam bem preparados veio de uma observação feita pelo próprio professor com relação a algumas alternativas apresentadas no teste. "Eles (alunos) perceberam questões que não tinham uma resposta clara e outras que todas as alternativas estavam incorretas e vieram conversar comigo. Contatei o suporte e eles as anularam, concordando com o que tínhamos questionado", relembra Leonardo.
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Se reunir após as aulas não foi a única estratégia utilizada. Em casa os estudantes também usavam as redes sociais e o Whatsapp para acrescentar mais algumas horas de preparação. E quem acha que isso poderia gerar alguma distração, se enganou. "O foco era estudar de maneira organizada. Até planilha de respostas no Excel nós criamos para termos uma base de respostas. Durante esse período em que ficávamos reunidos de forma virtual ninguém perdia a concentração. Foi um trabalho em conjunto bem legal, e que deu resultado", comemora Beatriz, que disse querer trabalhar com Tecnologia da Informação, mas que o fato de sua mãe ser professora de geografia a faz pensar, talvez, em seguir a mesma carreira. Mas só depois.
"A educação é transformadora e dentro das Etecs as chances são iguais, pois há o equilíbrio social. Todos os nossos alunos sonham em cursar uma faculdade e aqui essa chance vem igual para todos, pois todos saem do mesmo ponto de largada. Há 10 anos dou aula aqui na Ruth Cardoso e estou muito feliz com os frutos colhidos com nosso trabalho, atrelados ao esforço e dedicação dos nossos estudantes", finaliza o professor.
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