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Tarcísio fará cirurgia para retirada de cálculos renais

Cálculos renais não são todos iguais e saber exatamente do que são feitos é fundamental para um tratamento direcionado contra sua formação

Da Reportagem

Publicado em 28/03/2023 às 09:51

Atualizado em 28/03/2023 às 09:53

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Entenda causas e tratamentos da condição / Divulgação

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Após suspender sua agenda de compromissos em Londres devido a uma crise renal, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, passará, nesse terça-feira (28), por uma cirurgia para retirada de cálculo renal. Condição muito prevalente, o cálculo renal pode aparecer em uma em cada dez pessoas ao longo da vida. "Doenças e condições muito atuais como obesidade, pressão alta, diabetes e obesidade são fatores de risco para a formação de pedras nos rins. Os cálculos tendem sempre a se repetir. O paciente pode necessitar de diversas intervenções cirúrgicas e internações, reduzindo sua qualidade de vida, levando ao absenteísmo no trabalho e até a quadros de dor crônica, quando os cálculos não são devidamente tratados/investigados", explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Mas afinal, os cálculos são sempre iguais? "Não! Há diversos tipos. Saber exatamente do que é feito o cálculo renal fará toda a diferença para o tratamento direcionado contra a sua formação", completa a médica.

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De forma geral, as pedras se formam quando há excesso de alguma substância na urina como cálcio, oxalato e ácido úrico (originando cristais), ou quando falta citrato na urina, considerado um protetor contra a formação de cálculo. "Tudo isto pode ocorrer quando o pH (acidez) da urina se modifica. Além disso, quando ingerimos pouca água, urinamos pouco. Logo, esses cristais ficam saturados na urina, formando os chamados cálculos", destaca a médica. Os principais tipos de cálculo renal são: de cálcio, de ácido úrico, de estruvita, de medicamentos e de cistina. "O cálculo de cálcio é o mais comum, representando 90% casos, podendo ser oxalato de cálcio (75%) ou fosfato de cálcio (15%). A baixa ingesta de água e de cálcio (isto mesmo, ingerir pouco cálcio) são fatores que levam a este tipo de cálculo", explica a médica. "Cuidado com as orientações antigas. Não corte o cálcio de sua dieta (leite e derivados). Estudos já comprovaram que a falta de cálcio na dieta pode estimular a formação de pedras e que, ao contrário do que se pensava, o paciente com cálculo deve ingerir uma quantidade normal de alimentos com cálcio por dia", explica a médica.

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O cálculo de ácido úrico é mais comum em homens e representa 8% de todos os casos. "A dieta com purinas em excesso (frutos do mar e carnes) leva à maior produção de urato monossódico, que pode virar pedra. Esse tipo de pedra pode ter influência familiar", diz a Dra. Caroline Reigada. O cálculo de estruvita representa 1% dos casos, mas são os que mais crescem e podem bloquear os pontos do sistema urinário onde se encontram. "Eles são raros e associados à infecção. Se não tratados, podem ocasionar perda da função dos rins", diz o médico. Com incidências menores que 1%, existem também os cálculos de medicamentos (como os antivirais aciclovir e indinavir e o diurético triantereno) e de cistina (em pessoas com uma doença renal crônica chamada de cistinúria, que é uma doença genética familiar).

A médica nefrologista enfatiza que atualmente existem várias opções de tratamento para retirada de pedra, como:

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  • Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO): quebra as pedras por ondas de choque aplicadas sobre a pele;
  • Ureterolitotripsia: as ondas de choque são aplicadas diretamente no cálculo através de um endoscópio (um tipo de cateter com uma câmera na ponta) inserido pelo orifício da uretra até o ureter;
  • Nefrolitotripsia percutânea: pequena cirurgia realizada através de um corte de 1 cm na pele da região lombar e introdução de um endoscópio para localizar o cálculo. "A pedra é quebrada e os fragmentos são retirados com auxílio de pinças", destaca a médica;
  • Cirurgia aberta: pouco realizada nos dias de hoje, geralmente é feita nos cálculos coraliformes (pedras de tamanho grande que são formadas pela presença de alguns tipos de bactérias na urina).

O diagnóstico é feito por meio da investigação da causa das pedras e se há alguma doença por trás dessa formação. "A investigação consiste basicamente na análise de algumas substâncias (cálcio, citrato e ácido úrico) na urina coletada em 24 horas, dosagem de algumas substâncias no sangue (cálcio, fósforo, paratormônio e gasometria venosa) e revisão da dieta para verificar se há algum desvio que favoreça a formação das pedras", diz a Dra. Caroline. "É fundamental que o paciente siga o protocolo de tratamento orientado pelo médico. Caso não se trate corretamente, em 5 anos haverá 50% de chance de o paciente voltar a ter cálculos renais, com nova dor e sintomas relacionados à passagem da pedra pelo trato urinário, até a obstrução do rim, que requer cirurgia de urgência", finaliza a Dra. Caroline Reigada.

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