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Shein lança coleção Fabricado no Brasil

A seleção é composta por 800 peças produzidas por cerca de 110 confecções brasileiras, com tecidos nacionais e designers locais

DANIELE MADUREIRA - Folhapress

Publicado em 01/08/2023 às 11:32

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A faixa de preço dos itens vai de R$ 20 a R$ 190 / Rubens Cavallari/Folhapress

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Quem quiser descobrir como ficou a primeira leva de roupas brasileiras produzidas pela varejista asiática Shein vai ter que procurar com atenção.

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As peças femininas da coleção de transição primavera-verão 2023/2024, apresentadas na noite de segunda (31) em um evento em São Paulo, ainda não ganharam destaque na plataforma.

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"Como somos um player global, não podemos privilegiar um segmento específico, temos que valorizar todos ao mesmo tempo", disse à reportagem Fabiana Magalhães, diretora de produto e produção local da Shein no país, enquanto mostrava à reportagem que é preciso digitar "Shein Brasil" no espaço de busca do site ou aplicativo para encontrar a coleção.

A seleção é composta por 800 peças produzidas por cerca de 110 confecções brasileiras, com tecidos nacionais e designers locais. No site, estão identificadas como "She(In) Brasil; Envio Nacional". O tempo de envio gira em torno de duas semanas, metade do tempo médio para os itens importados.

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A faixa de preço dos itens vai de R$ 20 a R$ 190. No geral, as peças apresentam uma qualidade superior à média dos produtos importados, que puderam ser conferidos desde o ano passado em quatro lojas temporárias (pop-up) abertas pela empresa no país (no Rio, em São Paulo, Salvador e Belo Horizonte).

"Sabemos que a indústria nacional tem coisas muito boas, de muita qualidade. A Shein não veio para o Brasil à toa", disse Fabiana.

Na coleção, estão tops de R$ 19 a R$ 29, calças jeans de R$ 119, vestidos de R$ 49 a R$ 129, e conjuntos de R$ 185. Para além do jeans, algodão e poliéster, estão tecidos como linho, laise e paetê.

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"Fizemos uma boa seleção, não são peças só para a consumidora que vai para a balada. Atendem também a mulher mais madura, na faixa dos 40 anos", disse Fabiana. Mas o preço da peça nacional continua competitivo, porque a empresa não tem o custo do frete da Ásia, afirma.

Para a modelagem, a Shein fez um mix entre as medidas chinesas (dos produtos importados mais vendidos no país) e brasileiras. "Com isso, chegamos a uma tabela de medidas Shein Brasil", afirmou.

O objetivo, segundo ela, é lançar 2.000 peças por mês no país. A meta faz parte do compromisso da Shein com o governo brasileiro, anunciado em 20 de abril, de investir R$ 750 milhões dentro de três anos, para a contratação de 2.000 fábricas no país, nacionalizando a produção.

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"Até o final de 2026, 85% das nossas vendas serão de produtos feitos no Brasil ou comercializados por sellers [lojistas digitais] nacionais", disse à reportagem Felipe Feistler, gerente geral da Shein no Brasil.

Segundo ele, até o momento, 170 fábricas foram contratadas pela varejista asiática, mas só 110 já estão produzindo sob demanda - o modelo de negócio vencedor da Shein, que usa inteligência artificial para escalar a produção, não mantém estoques e adota meta zero em desperdício.

"Nossa produção é para teste: encomendamos 100, 200 peças às indústrias, integradas ao nosso sistema, e as jogamos no aplicativo. Se o algoritmo ler que os modelos vão vender, uma ordem de serviço para as indústrias já é enviada", afirmou Fleister. De acordo com o executivo, até o fim do ano, 300 fábricas brasileiras estarão integradas à Shein.

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A empresa já ultrapassou no Brasil a tradicional varejista de moda Marisa. No ano passado, segundo estimativas do banco de investimentos BTG Pactual, a Shein faturou nada menos que R$ 7 bilhões –um salto de 250% sobre os R$ 2 bilhões registrados em 2021, de acordo com o BTG.

Por outro lado, a receita bruta da Guararapes (dona da Riachuelo) atingiu R$ 8,6 bilhões e, a da C&A, somou R$ 8,2 bilhões. No ano passado, Renner continuou líder com folga: receita bruta de R$ 15,9 bilhões. Mas a Marisa, com vendas de R$ 3,2 bilhões, já foi superada pela asiática, de acordo com as estimativas do banco.

A disputa pelas vendas on-line de roupas acirrada. De acordo com a consultoria NielsenIQ EBit, em 2022, 72% pdos internautas brasileiros fizeram compras em sites estrangeiros, como Shein, Shopee e Aliexpress. A categoria moda e acessórios é a mais buscada: responde por 4 de cada 10 compras nestes sites.

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Sobre o programa Remessa Conforme, da Receita Federal, que obriga os sites estrangeiros a cobrar de forma antecipada, cobrar os tributos de forma antecipada, no momento em que o produto for adquirido, Fleistler diz que a Shein está satisfeita.

"Isso coloca todo mundo na mesma página, vemos com muito bons olhos", diz o executivo, ressaltando que a Shein já pensava em nacionalizar a produção. "Só aceleramos os planos este ano".

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