Rodas-Gigantes instaladas em shoppings atraem 50 mil pessoas em São Paulo / Divulgação
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Quem passa pelo quilômetro 72 da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, não deixa de ver a colorida roda-gigante do Hopi Hari; já no Parque Marisa, localizado no bairro de Itaquera, na Capital, o brinquedo, voltado para toda a família, é um dos mais disputados. Entretanto, já faz algum tempo que as rodas-gigantes deixaram de ser coadjuvantes em parques de diversões e passaram a ser a atração principal, com direito a ingressos esgotados, filas gigantescas, preços altos e design repaginado.
Um exemplo desse cenário é o evento Grand Amour, que deveria ter iniciado no dia 15 de outubro, mas foi adiado devido ao mau tempo (uma nova data pode ser anunciada nesta semana). Com ingressos a R$ 650, o evento, que prometia um jantar em uma roda-gigante de 36 metros de altura com vista para a Ponte Estaiada, já estava com ingressos esgotados.
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O mesmo sucesso foi experimentado por duas rodas-gigantes instaladas recentemente nos shoppings Morumbi e Anália Franco, ambos na Capital. “A aceitação foi acima de nossa expectativa. Em um curto período, cerca de 50 mil pessoas estiveram em nossas rodas-gigantes”, relata Rodger Augusto, CEO da Coney Island, detentora da marca Roda-gigante Brasil, e diretor da área de Parques Itinerantes da Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil).
Rodas-gigantes repaginadas
Ainda que os preços não fossem tão altos como o do evento Grand Amour, para andar em uma das rodas instaladas nos shoppings, a pessoa deveria pagar entre R$ 40 e R$ 270, mais uma taxa de R$ 15, caso quisesse levar o seu animal de estimação para dar uma voltinha.
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O preço mais ‘salgado’ pode ser explicado pelo fato de que as rodas-gigantes de hoje estão bem diferentes da de antigamente, com gôndolas que contam com bancos estofados, por exemplo, e ainda oferecem mimos, como espumante e castanhas, para o frequentador.
“O conceito não mudou, o que mudou foram o conforto, a robustez, a acessibilidade, a tecnologia, a iluminação, a altura e a capacidade de cada gôndola. Antes, a altura máxima era de 12 m, e cada cabine comportava dois ocupantes; hoje, há cabines que comportam até 8 pessoas. Isso, claro, falando das rodas-gigantes do Brasil”, explica Augusto.
Inclusão
Na opinião do CEO da Coney Island, o sucesso revitalizado das rodas-gigantes passa pelo momento de reabertura da economia, passado o momento mais crítico gerado pela pandemia do novo coronavírus, mas também tem relação com o fato de as rodas serem inclusivas.
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“O Brasil é um país muito carente de entretenimento e, agora, com a retomada da economia, nosso segmento, que sofreu muito durante a pandemia, passa a ganhar mais atenção e visibilidade. Além disso, a roda-gigante é um equipamento totalmente inclusivo, ou seja, permite que um cadeirante, um recém-nascido e até um pet participem da atração. Isso é algo muito importante para qualquer tipo de entretenimento. O sucesso da roda-gigante também deve-se à inclusão”, explica Augusto, que já está pronto para instalar três equipamentos na capital paulista nos próximos meses, um no Parque Villa-Lobos, outr no shopping Metrô Tatuapé e um terceiro em “um importante parque ecológico de São Paulo”, nas palavras dele.
Maior da América Latina
Na esteira do sucesso das rodas-gigantes no Brasil e no mundo, em outubro do ano passado, o Governo do Estado de São Paulo anunciou que a capital paulista ganharia sua própria roda-gigante, com 90 metros de altura, o que a colocaria como a maior da América Latina.
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O projeto faz parte das ações de revitalização do entorno do Rio Pinheiros e o equipamento, cuja expectativa de funcionamento é para o primeiro semestre de 2022, deve ser instalado no parque Cândido Portinari.
A empresa SPBW foi a vencedora do Chamamento Público para instalar a roda-gigante, que tem projeto urbano de autoria de Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana. Para explorar o serviço, ela deve pagar à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) R$ 141 mil mensais ou 10% do valor do faturamento bruto (prevalecendo o maior) e destinar parte dos ingressos à população de baixa renda.
A Gazeta procurou a Secretaria para saber do andamento da obra e foi informada que, até o momento, “as equipes trabalham na infraestrutura do terreno”.
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A história das rodas-gigantes
A primeira roda-gigante surgiu em 1889, em Illinois, nos Estados Unidos. Construída por George Ferris, ela foi projetada para rivalizar com a Torre Eiffel na Exposição Universal daquele ano. Com 80,4 metros de altura, ela foi aberta ao público em 21 de junho de 1893. No Brasil, a primeira roda-gigante só foi vista em 1954, durante a comemoração dos 400 anos da cidade de São Paulo.
Com o passar dos anos, as rodas-gigantes passaram a ter status de ponto turístico e muitos atribuem tal fato à London Eye, de Londres, na Inglaterra. Fundada na passagem do ano de 1999 para o ano 2000, ela possui 135 metros de altura e 32 cabines com vista panorâmica.
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Recentemente, o Brasil ganhou uma roda-gigante para chamar de sua. A Rio Star foi inaugurada em dezembro de 2019 e fica no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. A roda carioca tem 88 metros de altura e capacidade para receber 432 visitantes por vez.
Já a mais alta roda-gigante de observação do mundo foi inaugurada na última quinta-feira (21), em Dubai. Batizada de Ain Dubai, ela possui 250 metros de altura, 48 cabines e capacidade para transportar 1750 pessoas simultaneamente.
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