DISCUSSÃO
No dia da prostituta, o maior site brasileiro de anúncios de acompanhantes lança um novo episódio para debater questões polêmicas a respeito da profissão
Monique Prada, outra convidada do podcast, é acompanhante, autora do livro Puta Feminista e militante do movimento ANPROSEX / Reprodução / Universo Sugar
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Neste 2 de junho é celebrado o Dia Internacional da Acompanhante e o Fatal Model, maior plataforma de anúncios para profissionais do sexo do Brasil, viu nesta data uma forma de dar mais visibilidade às essas pessoas e lançou mais um episódio do podcast Acompanhadas, em que as convidadas Monique Prada e Carol Bonomi discutem se a profissão ainda é um tabu na sociedade brasileira.
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Nina Sag, embaixadora do Fatal Model, acompanhante, sexóloga e host do podcast, já inicia o episódio relembrando que, de acordo com o Código Brasileiro das Ocupações (CBO), por meio da sua portaria 5198-05, os profissionais do sexo pertencem ao grupo de trabalhadores de serviços diversos, segundo o Secretaria Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (antigo Ministério do Trabalho). No entanto, apesar de ser legalizada, a ocupação não é regulamentada, ou seja, as(os) acompanhantes não possuem direitos trabalhistas, como outras profissões.
Carolina Bonomi, cientista política, educadora na Associação de Prostitutas da Paraíba (APROS-PB) e doutoranda em ciências sociais com ênfase em gênero, foi uma das convidadas do Acompanhadas e comenta que, com a democratização do ensino, os avanços nas discussões são notáveis, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
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“Nós, que estudamos o assunto, também sofremos um estigma por parte da sociedade, mas diferente, lógico, do que as trabalhadoras sexuais sofrem. Vemos que, agora, existem muitas acompanhantes que conseguem fazer o ensino superior, cursam a pós-graduação e pesquisam sobre o assunto, porém, essa imagem negativa permanece. Tento desconstruir da seguinte forma: falar da prostituta é falar sobre todas as mulheres, porque, querendo ou não, o estigma das trabalhadoras sexuais também diz respeito às mulheres quando falamos da nossa própria sexualidade. Então, no final das contas, lutamos pela dignidade das acompanhantes exercerem sua profissão de uma forma segura”.
Monique Prada, outra convidada do podcast, é acompanhante, autora do livro Puta Feminista e militante do movimento ANPROSEX, e complementa a fala de Carol, relatando de que maneira ela percebe os progressos no codiano das profissionais. “Tive a oportunidade de conhecer mulheres com realidades muito diferentes da minha, por todo o País, que trabalham de diferentes formas, para além da internet. Vejo meu movimento atuando em todas as frentes, organizando espaços seguros de debates, levantando a importância das mulheres lutarem contra esse estigma e sobre a regulamentação da profissão também. É assim que temos nos articulado na defesa dos nossos direitos.”
Lembrando que, o Fatal Model, acredita na autonomia dos acompanhantes e na profissionalização do mercado e, por isso, utiliza todos os seus canais de comunicação para produzir conteúdos voltados ao empoderamento dos profissionais por meio de temas educativos, informação, respeito e quebra de tabus.
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Além do episódio especial no podcast, o Fatal Model lançou um vídeo sobre o tema em seu canal no Youtube. A produção questiona os motivos do preconceito existir e relembra que boa parcela dos acompanhantes ainda estão atuam nas ruas, vulneráveis à violência, quando aproximadamente 10 milhões de brasileiros aderem ao serviços e contratam profissionais do sexo.
Para assistir ao vídeo do canal do Youtube, basta clicar aqui enquanto para conferir o episódio completo do Acompanhadas, basta acessar o link.
HISTÓRIA DA DATA.
O Dia Internacional da Prostituta foi instituído em 1975 e, na época, os termos “profissional do sexo” e “acompanhante” ainda não existiam. Na ocasião, mais de 100 mulheres que trabalhavam com o sexo pago ocuparam a Igreja Saint-Nizier, em Lyon (França), com a finalidade de chamar a atenção para a situação de discriminação e exploração que vinham sofrendo, assim como as condições precárias de vida e de trabalho.
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A profissão de quem realiza o sexo pago possui diversas variações de nomenclatura - acompanhante, profissional do sexo e garota de programa são algumas delas. Em pesquisa realizada com anunciantes da plataforma, 75% dos respondentes preferem ser chamados de acompanhantes, enquanto 80% responderam que não gostam do termo prostituta(o), devido aos estigmas carregados pela palavra. Logo, em respeito ao seu público, a empresa se refere a data como Dia das Acompanhantes.
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