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PF vê 'estranheza' em ligação de Ministério da Justiça para irmão de Geddel

Telefonemas foram dados no mesmo dia em que o ministro Edson Fachin assinou um mandado de busca e apreensão para serem realizadas no gabinete do parlamentar

Folhapress

Publicado em 15/12/2017 às 20:00

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A PF vê 'estranheza' na ligação de Ministério da Justiça para Lúcio Vieira LIma / Agência Brasil

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A Polícia Federal encontrou registros de ligações de dois ministros de Michel Temer e de uma funcionária do Ministério da Justiça para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel Vieira Lima, no mesmo dia em que o ministro Edson Fachin assinou um mandado de busca e apreensão para serem realizadas no gabinete do parlamentar. Os telefonemas estão anotados em uma agenda do peemedebista.

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As ligações, realizadas no dia 11 de outubro, foram de Eliseu Padilha (Casa Civil), às 11h30, e de Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), às 14h22.

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No documento, a PF diz que a ligação da funcionária do Ministério da Justiça "apresentou estranheza por parte dessa equipe investigativa".

Segundo o registro feito com caneta na agenda, o telefonema, que ocorreu às 11h53, teria sido com o intuito de confirmar o dia de aniversário de Lúcio Vieira Lima.

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O mandado, assinado em 11 de outubro por Fachin, foi cumprido no dia 16 de outubro.

"Destaca-se que o gabinete recebeu ligações de 'Karla Cristina', atrelada ao Ministério da Justiça, com a observação de que a ligação foi efetuada no intuito de se confirmar o aniversário do Parlamentar", informa o relatório da polícia.

"Tal ligação apresentou estranheza por parte dessa equipe investigativa, uma vez que o deputado é pessoa pública, sendo a data do seu aniversário (19 de novembro) de conhecimento notório e facilmente encontrado em sites de busca na internet, bem como por tal fato não possuir qualquer relevância ou relação com as atividades fins do referido ministério", acrescenta.

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Aniversário

De fato a data de aniversário do deputado é pública e está disponível em sua biografia no site da Câmara.
O documento da PF, enviado ao Supremo, é parte da análise de material apreendido no dia da busca no gabinete do deputado.

Procurados pela reportagem, Padilha e Moreira Franco afirmaram que ligam diariamente para deputados.

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"Ele é um dos ministros que tem a responsabilidade de fazer a articulação política do governo", escreveu a assessoria do ministro da Casa Civil.

O Ministério da Justiça, por meio da assessoria de imprensa, disse que a funcionária que fez a ligação cuida da agenda do ministro Torquato Jardim "e que o trabalho dela é de checar informações desse tipo, como data de nascimento de autoridades e parlamentares".

O advogado do parlamentar não atendeu às ligações.

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Outras ligações

A agenda apreendida pela PF guarda registros de ligações feitas e recebidas de 16 de janeiro de 2017 até 13 de outubro, poucos dias antes da operação no gabinete do deputado.

O relatório da polícia destacou outros telefonemas do parlamentar "com indivíduos já citados em outras investigações da Operação Lava-Jato" com "o intuito de embasar investigações pretéritas e futuras".

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Há ligações de um interlocutor de Gilmar Mendes, no fim de maio, do presidente do Senado, Eunício Oliveira, e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), entre outros.

O nome de Eliseu Padilha aparece apenas uma vez mais. Já o nome de Moreira Franco não apareceu.

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