Teste feito no útlimo dia 30 perguntou quem é o atual presidente do Brasil, o ChatGPT respondeu 'Jair Messias Bolsonaro' / Pexels
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Um sistema que gera textos tem ganhado fama nos últimas semanas pela capacidade de gerar conteúdos de qualidade, ou quase sempre. Conhecida como ChatGPT, a tecnologia vem ameaçado inclusive o Google, que já prepara um sistema similar para não perder sua hegemonia no mercado de buscas.
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O ChatGPT, como o próprio nome diz, funciona como um chat, no qual o usuário "conversa" com o programa, fazendo perguntas e obtendo respostas em textos. Em muitos casos, os textos produzidos apresentam boa qualidade. Mas não é sempre assim.
Após instalar o programa, o usuário pode, por exemplo, alterar o idioma com o qual o sistema interage, somente com um comando simples de frase. Imediatamente o usuário recebe uma resposta precisa: "Claro! Eu posso responder em português. Como posso ajudá-lo hoje?". Veja abaixo:
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A Gazeta realizou um teste simples com o programa e pediu para que o ChatGPT discorresse sobre o tema cobrado na prova de redação da Fuvest 2023, o vestibular da Universidade de São Paulo, um dos mais disputados do País. O tema era "Refugiados ambientais e vulnerabilidade social".
O sistema trouxe como resultado uma redação não muito longa, mas ainda assim um texto que continha informações sobre o tema. Leia o resultado a seguir:
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"Refugiados de impacto ambiental são pessoas que são forçadas a abandonar suas casas comunidades devido a desastres naturais, mudanças climáticas e outrós impactos ambientais adversos. Esses refugiados são considerados uma das populações mais vulneráveis e desprotegidas do mundo, pois muitas vezes não têm direito a proteção ou assistência adequadas.
A falta de recursos e suporte adequados para refugiados de impacto ambiental pode levar a condições precárias de vida, incluindo falta de acesso a água potável, alimentos e abrigo, bem como riscos para a saúde e segurança
É importante destacar que os impactos ambientais, incluindo as mudanças climáticas, são cada vez mais frequentes e intensos, e isso está aumentando o número de refugiados de impacto ambiental em todo o mundo. Além disso, é crucial que sejam tomadas medidas para mitigar esses impactos e proteger as pessoas afetadas, incluindo o fomecimento de assistência humanitária e o reconhecimento dos refugiados de impacto ambiental como uma categoria de refugiados específica"
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É possível observar alguns erros como o acento agudo na palavra "outrós", o uso de mais de um substantivo na primeira frase (casas comunidades), falta de crase na expressão "falta de acesso a água potável", e o erro ortográfico na palavra "fomecimento", entre outras falhas.
A Gazeta obteve acesso a redação de um dos aprovados em primeira lista do vestibular da Fuvest 2023 (veja abaixo). É possível notar que a principal diferença entre os textos é a argumentação. Os argumentos da redação do vestibulando são fundamentados em dados e fontes citadas, um dos critérios de avaliação da prova da USP.
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Outros testes recentes feitos com a tecnologia apontam que o sistema ainda precisa de melhorias.
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A Folha de S. Paulo, por exemplo, indagou no último dia 30 quem é o atual presidente do Brasil, o ChatGPT respondeu "Jair Messias Bolsonaro".
O jornal só conseguiu fazer essa pergunta porque o sistema apresentou a seguinte mensagem de erro: "Nós estamos passando por um tráfego excepcionalmente alto. Por favor, seja paciente enquanto trabalhamos para escalar nossos sistemas".
A OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, se pronunciou às 16h26 com desculpas pelos erros no site. Às 16h48, disse ter resolvido o problema. A reportagem, contudo, não conseguiu acessar a atualização às 16h54.
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Pesquisadores que têm testado a plataforma alertam desde o ano passado que o robô comete imprecisões quando solicitado a fazer pesquisas mais complexas. O algoritmo já inventou artigos científicos a partir de misturas de textos existentes.
"Ele é pré-treinado a partir de um banco de textos rico de exemplos linguísticos e, depois do treino, não faz nenhuma busca a textos internos ou externos [para fazer checagem]", diz o professor de estatística da USP Alexandre Patriota.
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