CUIDADO AOS PETS

Número de gatos e cães com obesosidade cresce no Brasil; especialista alerta

O número de obesidade em animais domésticos tem aumentado; segundo especialista, isso pode resultar em doenças aos animais

Nathalia Fruchi

Publicado em 22/06/2023 às 15:30

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Estudo mostra que cães e gatos tem tido aumento em obesidade / Patas Therapeutas

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Um dos cuidados que o tutor deve ter com o pet é o de sempre averiguar se o animal está com a saúde em dia. Além das vacinas, exames de rotinas, o responsável tem que investigar se o seu pet está com sobrepeso.

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Segundo os dados do Banfield Pet Hospital, rede norte-americana pioneira em cuidados veterinários, de 2011 a 2020 o número de cães brasileiros obesos ou com sobrepeso cresceu 108% e o de gatos, 114%. 

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A mesma pesquisa apontou que no Brasil 25% a 40% dos pets enfrentam o aspecto, o que além de contribuir para o sedentarismo, torna-o mais vulnerável a doenças. Além disso, a pesquisa revelou que, embora 95% dos entrevistados se preocupem com a obesidade dos cães e gatos, 41% adiam a ida ao veterinário por causa do problema.

A Gazeta e o Diário conversaram com uma médica veterinária, que explicou causas, sintomas, dicas e como proceder caso seu pet esteja sofrendo com a obesidade.

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O que é a obesidade entre os pets?

Em entrevista para a Gazeta e o Diário, a médica veterinária Fabia Gabriela explicou sobre obesidade entre os animais. “A obesidade é o aumento da oferta de calorias em relação ao gasto calórico resultando no acúmulo excessivo de gordura no organismo. Em cães e gatos pode causar diversas comorbidades que prejudicam a saúde dos pets diminuindo a qualidade e expectativa de vida dos nossos amiguinhos e muitas vezes passa despercebido em razão da correria da vida moderna.”

O que pode facilitar para o pt desenvolver obesidade? 

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A veterinária explicou que a pandemia contribuiu para o ganho de peso dos pets devido ao tutor estar em casa em tempo integral e ofertar petiscos aparentemente inofensivos, porém inapropriados para os bichinhos.

“Ficamos presos dentro de casa e passamos a comer mais e não resistimos àquele olhar de pedinte e oferecemos um pedacinho de pão, uma bolacha, a famosa borda da pizza e outras tantas guloseimas que temos a mão, achando que não fará mal nenhum. A mudança de estilo de vida dos tutores também impactou para que o número de pets obesos aumentasse, as pessoas estão optando por morar em apartamento o que limita o espaço para que o pet se exercite, pois o torna dependente do tutor para que tenha gasto calórico, ou seja, só gasta energia quando sai para o passeio, acabando compulsoriamente tendo uma vida sedentária.” disse ela.

A diversidade de petiscos, sachês e guloseimas próprias para pet também pode leva-lo a engordar, a veterinária explica mais sobre a quantidade ofertada.

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“Como o próprio nome sugere, petisco é apenas petisco e não pode ultrapassar 10% do total da dieta ofertada no dia. Entendemos que um paciente está obeso quando seu peso é 25% superior ao seu peso ideal, levando-se sempre me consideração seu biotipo e nos orientamos também por uma tabela escore corporal que é uma boa ferramenta para o tutor identificar visualmente se seu pet está ou não obeso.”

Quais são as doenças que meu pet pode vir a ter?

A médica veterinária explicou que um pet obeso pode vir a sofrer diversos problemas, como doenças relacionadas ao coração (hipertensão arterial), respiratórios (cansaço), gastrointestinais (diarreias e gastrites), articulares (intolerância ao exercício por dor), dermatológicos (descamação da pele), comportamental (dificuldade de se higienizar), reprodutivos (desequilíbrio hormonal), metabólicos (diabetes, aumento de colesterol e triglicérides) e aumento o risco em uma cirurgia e surgimento de cânceres.

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A veterinária ainda ressaltou a importância de visitas regulares ao médico veterinário. “O tutor não deve levar seu companheiro a visita apenas quando o pet está doente, mas para fazer os exames de rotina e averiguar, pois não são apenas a má conduta alimentar e estilo de vida que causam obesidade, outros fatores como doenças hormonais, predisposição racial, doenças metabólicas, idade, dentre outras, podem ser a causa da obesidade e só pode ser identificada por um médico veterinário.”

Meu pet engordou, e agora?

O primeiro passo é procurar orientação profissional. Somente o médico veterinário poderá diagnosticar a causa da obesidade e proporcionar a o tratamento adequado, uma vez que obesidade em pets é uma doença de causas diversas.

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A veterinária explicou que o mercado de alimentação industrializada para pet oferece uma gama de diferentes formulações de ração para controle de peso.  

“Porém, cada uma delas para uma causa específica. É provável que ao escolher uma ração para controle de peso por conta própria sem orientação adequada pode não surtir efeito ou ainda agravar o problema, uma vez que essas rações são chamadas de nutrição clínica, ou seja, deve ser prescrita por médicos veterinários e seu uso não deve ser aleatório.”

Segundo Fabia, substituir a ração por “comida natural” na grande maioria das vezes só promove ganho de peso.

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“Há uma tendência das pessoas acharem que comida natural ou dieta caseira é arroz com carne e legumes e fará com que o seu amiguinho emagreça, o que não é verdade, toda dieta seja ela natural ou industrializada precisa ser balanceada, bio apropriada e individualizada, formulada por um médico veterinário especializado em nutrologia. Há 3 tipos de dietas naturais: alimentação natural cozida que é mais conhecida no Brasil, alimentação natural crua sem ossos e alimentação natural crua com ossos BARF (Biologically Appropriate Raw Food)", explicou ela.

Hoje, o mercado pet food conta hoje com alta tecnologia, estudos avançados para formulação de alimentos industrializados, seja seco ou úmido tanto para cães quanto para gatos. A veterinária  que tais rações tem “excelentes rações livres de transgênicos, balanceadas de acordo com raça e idade.”

“A escolha da dieta a ser oferecida para o paciente está diretamente ligada ao estilo de vida e condição financeira do tutor e deve levar em consideração diversos fatores como tempo, disposição para manipulação dos alimentos, condição financeira de obter uma ração de alto custo e tudo isso deve ser esclarecido pelo médico veterinário”, explicou ela.

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O que pode ajudar no emagrecimento do meu pet?

A médica veterinária deu algumas dicas para quem percebe que o pet está com sobrepeso:

  1. Substituir os petiscos industrializados por legumes crus ou cozidos, evitando os ricos em carboidratos;
  2. Não deixar o alimento à vontade, e estipular horário para oferecer o alimento, de preferência junto com o almoço e jantar dos tutores;
  3. Frutas (exceto as cítricas como laranja, abacaxi, morango, kiwi, maracujá e também uvas) são bem vindas;
  4. Guloseimas como biscoitos e bolinhos sempre apropriados para animais;
  5. Petiscos jamais podem substituir a ração ou qualquer outra dieta;
  6. Prática de exercícios físicos como passeio, brincadeiras com bolinhas e atividades que proporcionem gasto calórico (sob orientação do veterinário)
  7. Pesar regularmente seu pet, pois o início do ganho de peso nem sempre é visível;
  8. Procurar sempre a orientação de um médico veterinário para diagnosticar a causa da ganho de peso para que ele elabore um protocolo adequado de dieta e exercícios físicos.

*Estágiaria, sob subervisão da redação

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