Procuradoria da República afirma que o governo Bolsonaro minimizou a gravidade da Covid-19 / Reprodução/ Gazeta de S. Paulo
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A Procuradoria da República no Distrito Federal afirma que o governo federal minimizou a gravidade da Covid-19 e pede que a União seja condenada a reparar as perdas de famílias dos mortos e de vítimas com sequelas graves. O valor da causa é estimado em R$ 62,5 bilhões.
Em ação civil pública enviada à Justiça Federal nesta quarta-feira (15), procuradores da República afirmam que houve omissão e negligência da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas negociações para a compra de vacinas e que isso "custou caro à sociedade".
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Em vários trechos do documento, os representantes do MPF (Ministério Público Federal) atribuem irregularidades a Bolsonaro e a seus comandados que contribuíram para que o número de vítimas fatais da pandemia superasse a marca dos 600 mil.
"O presidente Jair Bolsonaro, líder máximo da nação, em diversas ocasiões, zombou e duvidou do número de óbitos, chamou de 'maricas' e cheios de 'mimimi' aqueles que se preocupavam com o vírus e com as suas nefastas consequências para a população", afirmaram.
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Os signatários da ação, que tramita na 20ª vara Cível de Justiça Federal do DF, pedem que as famílias dos mortos sejam indenizadas em, pelo menos, R$ 100 mil, e as famílias de sobreviventes com sequelas graves/persistentes, em R$ 50 mil.
Além disso, querem que a União seja obrigada pela Justiça a pagar R$ 1 bilhão a ser revertido a um fundo como forma de reparação do dano moral coletivo. O valor deve ser aplicado obrigatoriamente em ações, programas ou projetos de desenvolvimento científico.
Há também pedido para que seja determinado ao Executivo o mapeamento e a avaliação sistemática dos casos de Covid longa ou de mortes após alta hospitalar por complicações e sequelas decorrentes da doença. Sobre essa situação, há pedido de liminar (decisão antecipatória).
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De acordo com a Procuradoria, a gestão da pandemia pelo governo federal e seus representantes foi "gravemente ineficiente". Foram apontados como os responsáveis pela alegada ineficiência, entre outros, o próprio Bolsonaro e o general do Exército Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
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Diz o MPF que essas autoridades "deixaram de adotar diversas medidas essenciais para a diminuição da circulação do vírus no país e para garantir o direito à saúde e à vida de seus cidadãos".
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Na questão da compra de vacinas, os procuradores afirmaram que os gestores federais agiram de forma omissa e injustificada. E assim também se comportaram, segundo os autores da ação, quanto à realização de campanhas informativas e educacionais.
"Houve atuação constante dos agentes públicos da União, notadamente do presidente da República Jair Bolsonaro, para desacreditar a necessidade, a segurança e a eficácia das vacinas."
"A responsabilidade da União não recai diretamente sobre as vidas e saúde perdidas, mas sobre a chance que esses indivíduos teriam de não se infectar e, portanto, de não sofrer os agravos decorrentes da doença", destacaram os representantes do MPF.
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