Jornalista Ethevaldo Siqueira morreu aos 90 anos. / Foto: Reprodução/Wikipedia
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Considerado o precursor do jornalismo de tecnologia no país, Ethevaldo Siqueira morreu nesta segunda-feira (17) ao 90 anos vítima de leucemia, informou a família.
Ele deixa a mulher, Mônica, os filhos Kito e André Siqueira -uma outra filha morreu em 1996-, cinco netos e uma bisneta.
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Após passar em primeiro lugar no vestibular para jornalismo da USP, Ethevaldo recebeu um convite para trabalhar no jornal O Estado de S. Paulo. Ficou no veículo de 1967 a 2012, sendo repórter, editor, repórter especial e colunista.
Foi nesse período que se especializou na cobertura de tecnologia, principalmente nas áreas de telecomunicações, eletrônica de entretenimento e novas tecnologias da informação.
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"Ele viveu em um mundo cheio de transformações. Foi um apaixonado pela cultura, pelo estudo e pelo conhecimento. A carreira abriu as portas para que conhecesse mais de 50 países", diz o músico Kito Siqueira, 55, um dos filhos.
A música, aliás, era uma das paixões de Ethevaldo -tocava violino, violão, bandolim e cavaquinho.
"Meu pai nos mostrou a riqueza da vida. Ele transformou a realidade do mundo em conhecimento. Devemos nos inspirar", afirma.
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Ethevaldo era conhecido pela forma carinhosa como tratava as pessoas da família e pela gentileza com que acolhia novatos na profissão.
Ele nasceu em Vista Alegre do Alto, no interior de São Paulo, mas foi registrado no município vizinho de Monte Alto, no interior paulista (cerca de 300 km da capital paulista).
Kito conta ainda que o pai quase teve outro nome. A mãe queria que seu filho se chamasse Itiberê, mas o resto da família recusou ele acabou mesmo como Ethevaldo, em homenagem a um santo homônimo.
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Mas acabou adotando o Itiberê em alguns momentos. "Principalmente em épocas que meu pai precisava fazer matérias que poderiam causar problemas, ele usava o pseudônimo Itiberê Mello", conta o filho.
O jornalista colaborou com a revista Veja, foi comentarista da rádio CBN com a coluna Mundo Digital e fez parte do time de comentaristas da TV Cultura. Fundou e dirigiu as revistas RNT (Revista Nacional de Telecomunicações e TelePress Latinoamérica.
Na área acadêmica, deu aulas no curso de jornalismo da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da USP) e da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
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Ethevaldo conquistou também dois prêmios Esso de Jornalismo, além de ter recebido os prêmios José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e Comunique-se.
Escreveu diversos livros, a maioria sobre a intersecção entre tecnologia e comunicação. São os casos de "A Sociedade Inteligente: Sobre a Revolução das Telecomunicações, dos Computadores e dos Robôs" (Bandeirante, 1987) e "Brasil: 500 anos de Comunicações - A Eterna Busca da Liberdade" (Dezembro Editorial, 2000).
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