Brasil

Memória: Chico Picadinho, o esquartejador de mulheres

Prestes a completar 79 anos, Francisco da Costa Rocha ficou conhecido por dois assassinatos brutais nas décadas de 1960 e 1970

Gazeta de S. Paulo

Publicado em 23/04/2021 às 06:58

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Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / WIKIMEDIA/COMMONS

Por Gladys Magalhães

O ano era 1966, o mês era agosto, Francisco da Costa Rocha, então com 24 anos, morava na rua Aurora, no centro de São Paulo, em um apartamento, que dividia com o médico-cirurgião da aeronáutica, Caio, um homem casado, que utilizava a moradia para encontros extraconjugais.

Francisco trabalhava como corretor de imóveis e costumava frequentar as ruas boêmias do bairro da Luz, região no centro da capital paulista, conhecida na época como “Boca do Lixo”. Em uma das noites de boemia, o rapaz conheceu Margareth Suida, uma bailarina austríaca, de 38 anos. A mulher seria sua primeira vítima.

O primeiro crime

Após beberem em um bar, Margareth aceitou o convite de Francisco para ir até o apartamento da rua Aurora. Segundo informações da época, os dois beberam e fumaram no local. Durante o ato sexual, contudo, Francisco teria ficado enfurecido, o que o levou a enforcar a bailarina com um cinto.

Ao perceber que ela não respirava, ele a arrastou até o banheiro, onde, com uma gilete, esquartejou o corpo da vítima. De acordo com a perícia, Margareth levou vários golpes, nas regiões dorsal direita, glútea, perianal, pubiana, parte anterior do pescoço, torácica, abdominal, coxa esquerda, braço e antebraço esquerdo.

Depois do crime, Francisco adormeceu exausto no sofá da sala. Ao acordar, contou ao amigo que havia uma pessoa morta no apartamento. Algum tempo depois, ele foi preso, sem oferecer resistência.

Em entrevista ao jornalista investigativo Percival de Souza, Francisco disse que matou Margareth porque ela havia se recusado a uma prática sexual proposta por ele. Ele também admitiu ter esquartejado a mulher porque ela lhe lembrava a mãe, Nancy, uma mulher que se prostituía e chegou a viver longe do filho durante sua infância, por dois anos.

A segunda vítima

Pelo crime, Francisco foi condenado a 18 anos de prisão. Mas, de fato, ficou preso por apenas 8 anos. No presídio, ele estudou e trabalhou. Casou-se ainda recluso, mas acabou se separando da mulher, grávida, quando ganhou a liberdade. Chegou a se casar novamente e ter outro filho, porém, de novo, o relacionamento não prosperou.

Foi após se separar da segunda mulher, que Francisco voltou a frequentar a “Boca do Lixo” e, dois anos e cinco meses depois de sair da cadeia, matou novamente. O ano, dessa vez, era 1976 e a vítima: Ângela de Souza da Silva, uma prostituta, de 34 anos.

Ângela e Francisco se conheceram em uma lanchonete e Francisco a levou para o apartamento de um amigo. Enquanto mantinham relações sexuais, ele a estrangulou e utilizando uma faca, um serrote e um canivete a esquartejou. A vítima foi encontrada sem os seios, sem os olhos e com a boca retalhada. Suas vísceras foram jogadas no vaso sanitário, que chegou a entupir. Os membros foram colocados em sacos plásticos e malas.

Assim como ocorreu no primeiro crime, após o ato, Francisco, exausto, adormeceu no sofá. Dessa vez, ele chegou a fugir, mas acabou preso. No julgamento, a defesa alegou insanidade mental, mas Francisco foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão em presídio normal.

“Chico Picadinho”

O apelido de ‘Chico Picadinho’, Francisco ganhou na prisão, onde chegou a trabalhar como bibliotecário. Ele cumpriu sua sentença integralmente e ainda ficou outros 20 anos detido, por ‘interdição civil’, enquanto a Justiça decidia o que fazer com ele.

Em 2019, ele deixou a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, e passou a viver no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté. Prestes a completar 79 anos, no dia 27 de abril, ele está em convívio coletivo (dentro do hospital) e, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), até o início da pandemia, exercia atividades laborterápicas no setor de biblioteca.

Fonte: Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo.

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