TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

Lula se diz chocado com ataque contra Israel, mas não cita Hamas

Sem mencionar grupo que assumiu autoria dos ataques, mandatário afirmou que Brasil não poupará esforços para evitar escalada no conflito

Renato Machado - Folhapress

Publicado em 07/10/2023 às 17:31

Atualizado em 07/10/2023 às 17:35

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O presidente Lula / Canal Gov

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (7) ter ficado chocado com os ataques contra civis em Israel, que ele descreveu como "terrorismo".

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Sem mencionar o grupo islâmico extremista Hamas, que assumiu a autoria dos ataques, o mandatário afirmou que o Brasil não poupará esforços para evitar uma escalada no conflito e pediu que a comunidade internacional trabalhe imediatamente para que as negociações de paz sejam retomadas. O presidente, por outro lado, também defendeu ações que garantam a existência de um Estado Palestino.

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"Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU", escreveu o presidente, em sua rede social.

"Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados", completou.

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Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro havia afirmado que vai convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre os ataques em território israelense a partir da Faixa de Gaza na madrugada deste sábado (7).

O Brasil assumiu a presidência rotativa do órgão em 1º de outubro. Outros países membros também solicitaram uma reunião sobre o tema, e agora estão em consulta para determinar uma data. Em nota, também sem mencionar o Hamas, o Itamaraty disse ser urgente a retomada das negociações para a paz.

"O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina", afirmou a pasta.

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Em nova nota no início da tarde, o Itamaraty afirmou que mantém contato com cerca de 30 brasileiros que residem na Faixa de Gaza e outros 60 que moram em Ascalão e em localidades na zona de conflito.

Segundo o ministério, há cerca de 14 mil brasileiros morando em Israel e outros 6 mil na Palestina.

"Não há, até o presente momento, registro de nacionais vítimas ou diretamente atingidos pelos ataques."

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Neste sábado, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra após o Hamas lançar um ataque surpresa e de grande escala, numa ação que já é considerada uma das maiores ofensivas contra o país nos últimos anos. Ao menos 200 israelenses morreram, e autoridades dizem que o número de vítimas pode aumentar. Pouco depois, ao menos 230 palestinos foram mortos numa retaliação de Tel Aviv.

Em mensagem de vídeo, Netanyahu disse que o grupo extremista islâmico que controla a Faixa de Gaza pagará "um preço sem precedentes" pela ofensiva, que teria usado mais de 5.000 foguetes. "Estamos em guerra. Esta não é uma operação simples", afirmou.

Outros políticos brasileiros se manifestaram sobre o conflito no Oriente Médio, condenando os ataques contra a população civil e pedindo negociações de paz.

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O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu uma ação da comunidade internacional para evitar uma escalada no conflito.

"É urgente que a comunidade internacional propugne esforços em favor da paz entre israelenses e palestinos, no sentido de evitar a escalada da violência no Oriente Médio. Não podemos fechar os olhos para a violação de princípios fundamentais", afirmou o senador, por meio de suas redes sociais

"E nada justifica o uso da violência. Em nome do Congresso Nacional, expresso condolências aos familiares das vítimas, e reafirmo meu desejo pelo fim do conflito e a busca por uma solução justa, pacífia e duradoura para a região", completou.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por sua vez, condenou a ação do Hamas contra o território israelense, que considerou "inaceitável".

"A guerra não é a solução para conflitos políticos ou de qualquer natureza. O ataque do Hamas a Israel é inaceitável e cria mais um foco de tensão mundial. Devemos todos, inclusive o estado brasileiro, buscar o fim das hostilidades e o entendimento político. O caminho é o da paz", escreveu o deputado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais. "Pelo respeito e admiração ao povo de Israel, repudio o ataque terrorista feito pelo Hamas, grupo terrorista que parabenizou o Lula quando venceu as eleições de 2022", escreveu. "Para que a paz reine na região, lideranças palestinas precisavam abandonar o terrorismo e reconheça o direito de Israel de existir."

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Ex-presidente do Senado e atual presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que é judeu, divulgou uma nota condenando o atentado. Ele acrescenta que a violência obriga Israel a usar "os instrumentos necessários" para defender a população.

"Uno-me à comunidade judaica de todo mundo, com meu povo em Israel que sofre nesse momento ataque em larga escala promovido pelo grupo terrorista palestino Hamas e seus apoiadores. Um ataque sem precedentes que vitima inocentes em todo o país e que obrigará Israel a usar os instrumentos necessários para defender sua população", afirma o texto da nota.

"Peço, como judeu que sou, que os líderes mundiais reúnam os esforços necessários para neutralizar essa escalada cruel e preocupante de violência e a perda de milhares de vidas em meio a um ato de terror injustificável", completou.

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