Relações Internacionais
Presidente ainda disse que a visita de Nicolás Maduro é um momento histórico e que 'reflete uma política externa séria'
A visita oficial de Maduro, como chefe de Estado, só entrou na agenda de Lula na manhã desta segunda, poucas horas antes do início dos ritos / Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (29) ser favorável à entrada da Venezuela no Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Lula foi questionado sobre o assunto por uma jornalista da televisão estatal da Venezuela, durante declaração conjunta, ao lado de Nicolás Maduro.
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"Se perguntar a minha vontade, eu sou favorável", disse o brasileiro.
Lula, no entanto, afirmou que a próxima cúpula do bloco vai ser a sua primeira depois de vários anos. E que, se houver pedido oficial da Venezuela, ele será levado oficialmente e o bloco vai deliberar.
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Maduro, por sua vez, afirmou que o "Brics é o grande ímã dos que querem um mundo diferente".
Encontro
O presidente Lula afirmou nesta segunda (29) que a visita do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, é um momento histórico e que "reflete uma política externa séria".
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"Depois de oito anos, o presidente Maduro volta a visitar o Brasil, e nós recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil", disse o petista.
Lula deu uma declaração à imprensa ao lado de Maduro em Brasília. O venezuelano realiza visita ao oficial ao Brasil, anunciada de última hora pelo governo brasileiro.
Ele ainda participa nesta terça-feira (30) de encontro proposto por Lula com presidentes da América do Sul, na tentativa de retomar planos de integração das nações da região.
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A visita oficial de Maduro, como chefe de Estado, só entrou na agenda de Lula na manhã desta segunda, poucas horas antes do início dos ritos - vindas de chefes de Estado costumam ser divulgadas com muita antecedência
O governo nem mesmo confirmava um encontro bilateral entre os dois chefes de Estado, à margem do encontro com os sul-americanos. A informação, porém, circulava nos corredores do Palácio do Planalto.
Maduro chegou no meio da manhã ao Palácio do Planalto, sendo recebido por Lula na rampa presidencial. Os dois, então, tiveram um encontro reservado, seguido de uma reunião ampliada, com a participação de assessores e ministros dos dois lados.
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Do lado brasileiro, participaram, além de Lula, o vice-presidete Geraldo Alckmin, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Carlos Fávaro (Agricultura) Alexandre Silveira (Minas e Energia), e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.
Também estavam na reunião as primeiras-damas dos dois países, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e a venezuelana Cilia Flores de Maduro. Seguiu-se, então, uma cerimônia de assinaturas.
Maduro afirmou em suas redes sociais que o encontro foi um "feito histórico" e uma vitória da "dignidade dos povos". "O resgate e o novo impulso da união entre Brasil e Venezuela é o caminho correto que vai nos conduzir até o desenvolvimento e a integração da Grande Pátria."
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A agenda também prevê um almoço oferecido por Lula a Maduro e sua mulher no Palácio do Itamaraty. A última vez que o venezuelano esteve em Brasília foi em janeiro de 2015, para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff, que inaugurou seu segundo mandato.
Sua entrada em território brasileiro depois acabou proibida: em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) editou uma portaria proibindo a entrada de autoridades de alto escalão do país.
A gestão Bolsonaro reconheceu à época Juan Guaidó, então líder da oposição venezuelana, como chefe de Estado legítimo da Venezuela. A portaria foi revogada no fim de 2022, pouco antes da posse de Lula.
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O propósito inicial da vinda de Maduro ao Brasil é a participação no encontro com 11 líderes da América do Sul, que Lula realizará nesta terça (30) em Brasília - o presidente busca uma forma de integração que seja permanente e que conte com as 12 nações da região.
Com exceção de Dina Boluarte, do Peru, que enfrenta impedimentos constitucionais, todos os outros 11 líderes confirmaram presença.
Ao receber Maduro em Brasília, Lula ajuda a reabilitar o venezuelano na região, após anos de isolamento e de pressão diplomática contra o chavismo. Maduro também já manteve reuniões com seu homólogo colombiano, Gustavo Petro.
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