Garagista pede a morador que não deixe o carro torto em vaga do prédio e é ameaçado

O garagista de um condomínio em Águas Claras, no Distrito Federal, procurou a polícia após ser alvo de xingamentos e ser ameaçado de morte por um morador após pedir para que ele estacionasse o carro corretamente na vaga da garagem do prédio.

A intimidação aconteceu no dia 24 de junho, no entanto, ganhou repercussão nesta semana após imagens da situação serem divulgadas, mostrando o morador, Rossini Silva, fazendo ameaças ao funcionário.

Segundo relato do funcionário, de 32 anos, ele trabalha como garagista no Condomínio Edifício Tropical há três anos e essa foi a primeira vez que ele se desentendeu com o morador.

O funcionário conta que o veículo do morador estava estacionado fora da marcação de vaga havia três dias. Outros dois funcionários já haviam interfonado no apartamento do morador, mas não o haviam localizado.

Foi então que, ao assumir o seu plantão, na noite do dia 24, interfonou para o apartamento do morador para pedir que o homem estacionasse o veículo de forma correta na vaga. O morador não teria gostado da abordagem do funcionário e o acusou de ter ligado para o apartamento dele centenas de vezes.

Com o morador exaltado e dizendo diversos xingamentos, o garagista passou a filmar a situação com seu celular. Nas imagens é possível ver o homem bastante irritado e gritando com o funcionário.

"O carro não estava torto. Se você ligar do jeito que você ligou, vou descer e vou te dar um tiro na cara. Você sabe quem eu sou? Não ligue mais, senão vou ter que te quebrar inteiro", diz o morador, que fez xingamentos xenofóbicos. "Você é Ceará?", perguntou.

Os gritos e ameaças continuaram enquanto o funcionário do prédio tentava argumentar. "Eu só estou fazendo o meu trabalho", respondeu o garagista.

Na manhã seguinte, a vítima e a síndica do condomínio foram até à polícia e registraram um boletim de ocorrência de difamação, injúria e ameaça na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).

O advogado Márcio Zuba, que representa o condomínio onde a confusão aconteceu, afirma que foram adotadas todas as medidas legais, cíves e criminais cabíveis ao caso.

"Na questão cível, entramos com um pedido de indenização ao funcionário contra esse morador que o agrediu verbalmente. Além disso, também fizemos a denúncia crime, uma vez que houve ameaça contra a integridade do funcionário e essa parte vem sendo investigada pela polícia", explica o advogado.

A reportagem tentou contato com o morador por mensagem, porém ainda não obteve retorno. Caso haja manifestação, a reportagem será atualizada.