Os atrasos nas escalas dos navios contratados para embarque de café vêm subindo desde junho / Nair Bueno/ DL
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O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) não consegue mensurar os prejuízos, mas o fato é que 81% dos navios contratados para embarque do grão sofreram atrasos nas escalas no Porto de Santos em novembro. Esse foi o maior índice de atrasos em 2023. Segundo o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 30% dos procedimentos de embarque tiveram prazos curtos de gate aberto por navio, inferiores a dois dias.
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A parceria entre o Cecafé e a ElloX visa demonstrar o atual cenário logístico e subsidiar empresas, entidades governamentais e, principalmente, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), com dados concretos, para revelar os desafios enfrentados pelos exportadores de café no que se refere aos embarques para o exterior, decorrentes de atrasos de navios e gates curtos ou indisponíveis.
“Há muita complexidade para se mensurar valores exatos, mas, sem dúvida, há prejuízo com custos que envolvem armazenagem adicional, pré-stacking e atraso no recebimento do pagamento pelo café, o que interfere e atrasa o fluxo de caixa do exportador”, destacou o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, com exclusividade para o Diário do Litoral.
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E os atrasos nas escalas dos navios contratados para embarque de café vêm subindo desde junho, quando 43% das escalas sofreram alterações.
Apesar dos prejuízos causados aos exportadores, o diretor técnico do Cecafé admite que o principal motivo para os atrasos tem sido as adversidades climáticas que ocorreram na Região Sul, como ciclones e tempestades tropicais, “que impediram que muitas embarcações atracassem nos portos sulistas e se vissem obrigadas a mudar sua rota para os demais portos brasileiros, principalmente o de Santos”.
Segundo Heron, “isso fez com que o porto santista ficasse completamente lotado e, por essas questões físicas, não conseguiu agilizar os processos”.
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Na tentativa de minimizar os prejuízos, o Cecafé vem atuando no sentido de “coibir cobranças indevidas ou que não são da natureza, da responsabilidade do exportador”. O diretor tem se “reunido com os terminais a respeito desses custos adicionais e logrado certo êxito. Porém, quando não há avanço, seguimos pela via administrativa, acionando e apresentando denúncias à ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários)”.
A Autoridade Portuária de Santos foi procurada, mas não se manifestou.
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