O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu nesta terça-feira (21) para que os turistas que viajaram para o litoral norte do estado no feriado de carnaval, se possível, retornem às suas cidades / Divulgação/DER-SP
Continua depois da publicidade
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo, nesta terça-feira (21), fez um apelo para que os turistas aproveitem as liberações das pistas e o tempo firme e deixem as cidades do litoral norte paulista.
Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.
Continua depois da publicidade
"Quanto mais gente sair, melhor, porque alivia a pressão na região. Quem puder se deslocar até a capital e outros pontos que o faça", disse.
Na segunda (20), a orientação do governador tinha sido diferente. Na ocasião, com muitos bloqueios ainda nas estradas, provocados por deslizamentos, desabamentos e enchentes causados pelas chuvas históricas que atingiram a região no último final de semana, ele havia pedido que turistas não antecipassem a volta.
Continua depois da publicidade
No dia seguinte, porém, algumas interdições parciais foram liberadas, o que facilitou o deslocamento na região.
Até a noite desta terça (21) ainda existiam 2 pontos de interdição total e 15 parciais, segundo o governo.
Como a rodovia Mogi-Bertioga deve demorar dois meses para ser liberada parcialmente, existem apenas duas opções para os turistas deixarem o litoral norte paulista: o Sistema Anchieta-Imigrantes e a Tamoios.
Ao Bom Dia SP, Natália Resende, secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, falou que a reconstrução completa da Mogi-Bertioga tem prazo estimado de seis meses para ser concluída, a um custo de R$ 9,4 milhões, aproximadamente.
Continua depois da publicidade
A prioridade, no entanto, é arrumar a pista para a volta do tráfego, mesmo parcial.
"A gente acha que a partir do segundo mês começa a desobstrução parcial porque a gente vai precisar fazer a reconstrução total da pista, construir um muro de arrimo para poder fazer a contenção, reforçar o muro existente e fazer o novo sistema de drenagem. A gente acredita que em seis meses conclui a obra com liberação parcial, a partir do segundo mês", afirmou Resende.
Em São Sebastião para acompanhar os trabalhos de busca dos desaparecidos, o governador Tarcísio de Freitas falou sobre a liberação das pistas da região.
Continua depois da publicidade
"Está sendo feito um esforço muito grande de desobstrução das vias da Rio-Santos. A gente conseguiu tirar muita gente agora na parte da tarde. Para isso, fizemos uma inversão na Tamoios. Fechamos uma pista de descida, liberamos mais uma pista de subida, invertemos uma faixa e criamos uma via expressa em São Sebastião, para aproveitar essa faixa da barra do Sahy até São Sebastião que conseguimos liberar", explicou o governador.
"As equipes também estão trabalhando fortemente depois de Juquehy para liberar a Rio-Santos, para ter um fluxo livre até Bertioga. Então, é um esforço muito grande de todos. A gente espera que consiga prestar a assistência imediata às pessoas e também trabalhar depois na reconstrução", finalizou.
ILHADOS PEGAM CARONA EM BARCOS
Turistas que ficaram ilhados em regiões de São Sebastião estão contando com caronas de lanchas e outros barcos para deixar a região. Eles se viram como podem para conseguir sair de São Sebastião, cidade mais atingida pelos estragos.
Continua depois da publicidade
Esse é o caso da estudante de arquitetura Catarina Furtado, 20, da capital paulista, que estava em um condomínio fechado, na praia da Baleia, em São Sebastião, com mais 11 amigos, para passar o Carnaval. O bairro fica ao lado da Barra do Sahy, um dos principais pontos atingidos.
"A gente não tinha como sair. Ficamos sabendo dos barcos e fomos para a praia da Barra do Sahy. Tem várias lanchas, barcos, oferendo carona para os turistas. Eles estão em vários pontos da praia", conta.
A estudante relata que, durante a manhã, era grande o movimento de barcos e turistas na praia querendo ir embora.
Continua depois da publicidade
"Tava cheio de gente querendo sair e e quem tinha lancha tava oferecendo carona. Eu fui numa lancha com quatro amigos, três cachorros. Na lancha também tinham dois casais que a gente não conhecia", diz.
"É solidariedade o que está acontecendo porque poderiam cobrar, mas estavam oferecendo carona para as pessoas que estavam aflitas", afirma.
Depois de cerca de meia hora de travessia, a estudante conseguiu chegar em Juquehy, onde ela e os amigos iam se dividir entre o carro do pai dela, que saiu da capital para buscá-la, e de outros amigos que estavam de carro na região.
"Agora estou muito aliviada. Esses dias foram muito punk, com a casa inundada de água, ficamos presos no segundo andar, mas eu estava numa situação que tenho de agradecer. Não sofremos nada. Quando a gente vê a situação que os outros estão, nem dá para reclamar", explica.
Continua depois da publicidade
Dois dos carros nos quais a estudante e amigos se deslocaram precisaram ser deixados em São Sebastião.
"Um ficou completamente submerso e não liga e o outro até funciona, mas está com algum problema na parte elétrica", finaliza.
As chuvas recordes registradas no litoral norte causaram estragos que deixaram, até o momento, 46 pessoas mortas, sendo 43 em São Sebastião e uma em Ubatuba. Outras 40 estão desaparecidas, mas o número pode ser maior já que há relatos de que vítimas estariam sob escombros de construções que cederam.
O abastecimento de água tem sido retomado gradativamente, assim como os serviços de telefonia e internet.
Continua depois da publicidade