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Especialista diz se criança que chocou o Brasil ao massacrar animais é psicopata

Caso aconteceu no último final de semana quando menino de 9 anos invadiu uma clínica veterinária e cometeu a chacina animal

Jeferson Marques

Publicado em 16/10/2024 às 12:03

Atualizado em 16/10/2024 às 12:04

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Menino de 9 anos invade clínica veterinária e mata, com requintes de crueldade, 23 animais / Reprodução/Arquivo Pessoal/Câmeras

Nos últimos dias milhares de brasileiros ficaram chocados ao ver o vídeo onde um menino de 9 anos aparece pulando para dentro de uma clínica veterinária para cometer um massacre. Ao todo, segundo a polícia, 23 animais foram mortos pela criança, dentre coelhos e porquinhos-da-índia, com requintes de crueldade. A maioria foi arremessada contra a parede várias vezes, enquanto outros foram mutilados.

A barbaridade aconteceu em Nova Fátima, no interior do Paraná.

Para Cristiano Ávila, psicólogo clínico e neurocientista, é preciso muita cautela e análise sobre esse caso, especificamente. O especialista diz que esse tipo de comportamento vindo de um menino de apenas 9 anos levanta preocupações nas pessoas, mas que, para tudo, existe um contexto.

"Embora certos comportamentos possam ser considerados precoces sinais de alerta, como a crueldade contra animais, é importante lembrar que a maioria das crianças que apresentam esses desafios não se tornará um risco para a sociedade. Muitos fatores de proteção, como um ambiente familiar estável e o suporte contínuo, podem transformar um comportamento problemático em uma oportunidade de crescimento", explica Ávila.

Ele acrescenta que fatores externos do ambiente podem ter levado a criança a praticar essa selvageria contra os animais indefesos.

"É crucial entender o ambiente em que a criança foi criada. A exposição à violência, seja em casa, na escola ou na comunidade, pode influenciar o seu comportamento. Se o garoto cresceu em um ambiente onde a desvalorização da vida animal ou a agressividade é comum, isso pode ter contribuído para suas ações", diz.

O profissional também não descarta que distúrbios comportamentais possam estar por trás da brutalidade da criança.

"É possível que essa criança apresente algum tipo de transtorno comportamental ou emocional. A crueldade contra animais é um dos sinais que podem indicar problemas mais profundos, como distúrbios de conduta, que precisam ser avaliados por profissionais da saúde mental", indica.

Influências Externas

Ávila também não descarta a hipótese de que influências externas possam ter colaborado para a ação da criança.

"O acesso a conteúdos que naturalizam a violência, como jogos eletrônicos, filmes ou redes sociais, pode impactar a forma como a criança percebe a vida e o sofrimento. Se a criança tem acesso a materiais que glorificam a violência, isso pode ter influenciado seu comportamento", alerta.

O psicólogo lembra, ainda, que é essencial que haja uma intervenção adequada, tanto para o menino quanto para a sua família. A terapia e a educação podem ajudar na compreensão das consequências de suas ações e na promoção de comportamentos mais saudáveis e empáticos.

"Embora certos comportamentos possam ser considerados precoces sinais de alerta, como a crueldade contra animais, é importante lembrar que a maioria das crianças que apresentam esses desafios não se tornará um risco para a sociedade. Muitos fatores de proteção, como um ambiente familiar estável e o suporte contínuo, podem transformar um comportamento problemático em uma oportunidade de crescimento, assim como ntervenções precoces, como aconselhamento psicológico e programas educativos, são fundamentais, principalmente neste caso. Elas oferecem à criança as ferramentas necessárias para lidar de maneira construtiva com suas emoções e impulsos", finaliza.

Diante do que disse Ávila, através da ciência, não se pode usar o comportamento infantil - mesmo que condenável, como esse - como um indicador absoluto do que essa mesma criança será na vida adulta.

Por ter 9 anos, segundo a lei brasileira, ele não responderá pelo ato.

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