Grande iniciativa
5 mil escolas estaduais são incentivadas a trabalhar o tema e orientar estudantes e familiares a registrar autodeclaração
Estudantes a partir de 16 anos de idade podem se autodeclarar, enquanto os com 15 anos ou menos devem ter sua declaração feita pelos responsáveis / Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
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A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lança neste mês de novembro a 1ª Campanha de Autodeclaração das Escolas Estaduais. O objetivo é atingir o máximo de alunos com a ação de reconhecimento da própria identidade.
Estudantes a partir de 16 anos de idade podem se autodeclarar, enquanto os com 15 anos ou menos devem ter sua declaração feita pelos responsáveis.
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Em uma primeira etapa, no mês de junho deste ano, o Centro de Inclusão Educacional (Cinc), do Departamento de Modalidades Educacionais e Atendimento Especializado (Demod), da Coordenadoria Pedagógica (Coped), promoveu uma série de orientações técnicas para interlocutores de Educação para as Relações Étnico-Raciais presentes nas 91 Diretorias Regionais de Ensino do Estado.
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“A campanha sobre autodeclaração é importante não somente para qualificar os dados estudantis referentes aos itens raça/cor, de modo a elaborar proposições mais assertivas e em consonância com a realidade de nossas unidades escolares, mas também para trazer à tona discussões acerca do reconhecimento étnico-racial e a proposição de um ambiente escolar mais inclusivo”, comentou Pâmela Francelino, diretora técnica do Centro de Inclusão Educacional.
Desde junho, as escolas estaduais tiveram autonomia para promover ações para letramento racial e promoção da autodeclaração de raça/cor.
Em algumas escolas, localizadas na capital, Osasco e Taquaritinga, por exemplo, as iniciativas têm envolvido inclusive os grêmios estudantis.
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“A autodeclaração não é apenas sobre números e dados, mas sobre pertencimento e identificação. O processo de construção identitária vai além de reconhecimento, é parte de uma ação individual, mas que ao mesmo tempo ocorre coletivamente. A escola enquanto espaço social, deve atuar para acolher e valorizar a diversidade étnico-racial, convocando os estudantes à reflexão e autodeclaração”, ressalta Adriana dos Santos, diretora técnica do Departamento de Modalidades Educacionais e Atendimento Especializado.
Como se autodeclarar
Estudantes interessados em fazer a sua autodeclaração podem procurar a secretaria da sua escola para formalizar o seu pedido. Aqueles com mais de 16 anos de idade, inclusive adultos matriculados na Educação para Jovens e Adultos (EJA), estão aptos a fazer a autodeclaração individualmente.
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Já alunos com 15 anos de idade ou menos devem estar representados por seus pais ou responsáveis.
Uma das unidades a abraçar o projeto com toda a comunidade escolar é a Escola Estadual Pedra Branca. Os alunos gravaram vídeos informativos sobre o assunto e, desde junho, 1.072 estudantes já fizeram sua autodeclaração, 79,2% de toda a escola.
O estudante André Marquez, de 15 anos de idade e matriculado no 9º ano do Ensino Fundamental, é orador do grêmio estudantil e um dos adolescentes envolvidos na divulgação da campanha de autodeclaração dentro da escola.
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“A direção e a coordenação da escola envolveram o grêmio estudantil na campanha e nas orientações e isso foi bem importante. Depois que começamos a percorrer as salas de aula, muitos estudantes passaram a confiar mais no grêmio e criamos novos laços e eles sentiram liberdade para se autodeclarar”, afirma o adolescente.
“A escola deve ser um lugar onde todos se sintam bem e sinto que estamos nesse caminho. Não vamos acabar com o racismo, porque ele está em toda a sociedade, mas espero que essa ação seja um dos passos para que a gente vá diminuindo isso dentro da escola”, finaliza André.
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