Brasil
Vinculado à Escola Superior de Agronomia da USP, o Cepea apurou altas de 60,7% no valor da laranja destinada à indústria de sucos e de 44,3% na fruta de mesa
A oferta mundial de suco de laranja está caindo nos dois maiores polos produtores: Brasil e Estados Unidos / Aliona Gumeniuk / Unsplash
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Uma bactéria que surgiu na Ásia há pouco mais de uma década está impactando severamente a produção de laranja em todo o mundo. E os dois maiores produtores do mundo, Brasil e Estados Unidos, têm sido obrigados a derrubar pomares a fim de evitar a expansão descontrolada da doença. Resultado: a laranja fechou novembro com o maior preço já registrado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Vinculado à Escola Superior de Agronomia da USP, o Cepea apurou altas de 60,7% no valor da laranja destinada à indústria de sucos e de 44,3% na fruta de mesa em 12 meses.
Além do greening que derruba a produtividade nos pomares, o impulso para esses recordes de preços é resultado de condições climáticas desfavoráveis e de uma demanda aquecida, influenciada pelas temperaturas mais elevadas nas últimas semanas.
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A oferta mundial de suco de laranja está caindo nos dois maiores polos produtores: Brasil e Estados Unidos. Ainda que o consumo da commodity também esteja recuando nos principais países consumidores globais (Estados Unidos e União Europeia), a queda da disponibilidade está sendo mais intensa do que a da demanda, o que traz preocupações quanto ao abastecimento do produto.
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Desde o pico de produção nos dois principais cinturões citrícolas mundiais (São Paulo e Flórida), em 1995/96, as duas regiões registram retração na colheita. Em São Paulo e no Triângulo Mineiro, a baixa foi mais amena. Já na Flórida, a queda na produção foi expressiva, tendo como justificativa o greening, furacões e geadas.
Os estoques de suco de laranja estão reduzidos e a quantidade de matéria-prima disponível não será suficiente para recuperar os volumes armazenados. Dessa forma, permanece preocupante o cenário de abastecimento mundial da commodity, já que as exportações brasileiras estão firmes, apesar da possibilidade de nova queda nos estoques de suco em 2023/24.
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