Hoje cerca de16,8 milhões de doentes adultos no mundo tem diabetes / Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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O Dia Nacional de Combate ao Diabetes é comemorado nesta segunda-feira, 26 de junho, e o Brasil é o 5º País em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão, e segundo estimativa a incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). A Gazeta e o Diário conversaram com especialista que falou sobre a doença, sintomas, tratamentos e prevenções.
O que é diabetes?
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A endocrinologista Carina Forner, explicou para a Gazeta e ao Diário o que é o diabetes. “O diabetes é uma doença crônica que causa níveis elevados de açúcar no sangue, conhecido como hiperglicemia. Essa condição é causada por alguma deficiência na produção ou absorção de insulina pelo organismo. Insulina é um hormônio com origem no pâncreas que é essencial para a produção de energia. Basicamente, a insulina funciona como uma chave que abre a célula para a glicose entrar e virar energia. O indivíduo com diabetes não tem essa chave, ou essa chave não funciona de forma adequada, ocorrendo assim o excesso de açúcar no sangue”, informou a médica.
Quais são os tipos de diabetes?
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A endocrinologista reforçou que existem dois tipos principais de diabetes sendo elas:
Diabetes mellitus tipo 1: o diabetes tipo 1 é autoimune, o que quer dizer que o próprio corpo produz anticorpos que destroem as células que produzem insulina. Com a destruição dessas células, a produção de insulina fica comprometida, e o açúcar do sangue não é levado para dentro das células, e com isso as células começam a ficar sem energia. O DM1 geralmente é diagnosticado em crianças e em adultos jovens.
Diabetes mellitus tipo 2: é causado por uma irregularidade na ação da insulina: ela não funciona corretamente. Geralmente são diagnosticados em pessoas adultas.
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O rim ajuda no controle da doença
A médica disse que o rim é um elemento importante para o controle do diabetes pois a principal função dos rins é filtrar o sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo. Além disso, eles são responsáveis por controlar a pressão arterial.
A endocrinologista alertou que quando o indivíduo apresenta diabetes descontrolado (altos níveis de açúcar no sangue), pode ocorrer prejuízo nos vasos sanguíneos renais, e esses ficam com a capacidade de filtração reduzida, e as toxicidades não serão filtradas pelos rins e ficarão acumulados esses resíduos no sangue.
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“Um dos sinais que os rins estão acometidos pelo diabetes é a perda de proteína pela urina, que é possível ser detectada por um exame de urina chamado microalbuminúria” explicou a médica.
Além disso, a endocrinologista disse que a doença renal é 10 vezes mais comum em pessoas com diabetes. Segundo o Atlas de Diabetes, no mundo 44% dos portadores da doença desenvolvem a doença renal crônica. “Para evitar a doença renal do diabetes é fundamental manter um bom controle glicêmico, por meio de exercícios, dieta e uso de medicações específicas para proteção renal, que hoje já estão disponíveis”, explicou e reforçou Carina Forner.
Quais os cuidados que se deve ter quando se tem diabetes ?
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Realizar um acompanhamento médico e ter ciência do seu quadro diabético são as melhores formas de mantê-lo sob controle e conseguir mais momentos de bem-estar, segundo diz a profissional em entrevista à Gazeta.
Um dos passos para se tomar é zelar pela saúde de quem tem diabetes. “O primeiro passo para manter a diabetes controlada é adotar uma alimentação saudável, preferindo alimentos in natura - como legumes, frutas e verduras - controlando os açúcares no corpo e evitando o consumo de açúcares. Em relação aos carboidratos deve-se preferir os integrais, reduzir o consumo de alimentos industrializados - tais quais os ricos em farinha branca e gordura trans, como biscoitos recheados”, explicou Carina Forner.
Além da alimentação, a endocrinologista informou que é imprescindível a prática de atividade física, com ela, seu organismo gasta mais energia regularizando os níveis de açúcar e promovendo uma grande qualidade de vida.
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“Outra coisa que a pessoa com diabetes deve se atentar são as modificações no estilo de vida. É fundamental manter seguimento médico regular com o endocrinologista, e, anualmente, fazer uma visita ao oftalmologista, pois existe risco à saúde ocular quando se tem diabetes”, explica a médica.
A endocrinologista ressaltou que o fim do tabagismo e evitar o consumo de bebidas alcoólicas tambem são importantes. Além dessas orientações, o uso de medicações é fundamental para manter um bom controle glicêmico e proteger os indivíduos das possíveis complicações da doença.
Quais os cuidados que se deve ter quando se tem propensão ao diabetes?
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“Os indivíduos que têm familiares com diabetes ou que já apresentam pré-diabetes ou obesidade são mais propensos a desenvolver a doença. Nesse caso, os cuidados não são diferentes dos citados acima, essas pessoas também devem cuidar de sua alimentação e praticar exercícios para assim evitar o aparecimento da doença”, disse.
Quais os sintomas do diabetes?
“No início da doença, os sintomas do diabetes podem ser inexistentes ou “leves” e podem facilmente se confundir com outras desordens menos alarmantes. Os exemplos de sintomas típicos de diabetes são: fadiga, mudanças de humor, alterações no peso, fome e sede constantes. Apesar dos sintomas do diabetes variarem conforme a apresentação da doença”, reforçou a profissional.
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Segundo a médica, deve-se observar os principais sinais, que são:
O que devo fazer caso esteja apresentando sintomas do diabetes ?
“Caso você apresente um ou mais sintomas que possam sugerir a presença de diabetes, consulte um médico. Somente por meio de exames laboratoriais próprios para o diagnóstico de diabetes mellitus é possível ter certeza sobre a existência dessa enfermidade, qual o tipo de diabetes e o melhor tratamento. Qualquer pessoa pode ter diabetes, mesmo sem casos prévios na família. As chances de desenvolver essa doença aumentam quando há má alimentação, obesidade e sedentarismo”, concluiu a médica.
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