Brasil

Congonhas proíbe jatinhos na pista principal após incidentes com três aviões

Medida passou a valer nesta sexta (10), após pedido da concessionária à Anac

Folhapress

Publicado em 11/11/2023 às 22:00

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Avião de pequeno porte com trem de pouso quebrado em Congonhas em acidente em 1º de novembro, que provocou o fechamento do aeroporto / Divulgação

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O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, não aceita mais aviões de pequeno porte --conhecidos popularmente como jatinhos-- em sua pista principal. A medida, que impede tanto pousos quanto decolagens, passou a valer nesta sexta-feira (10).

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A proibição foi instituída após três incidentes com esse tipo de aeronave em apenas uma semana, entre o final de outubro e o início de novembro. A Aena, concessionária que administra Congonhas, fez pedido à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ainda no começo do mês, para que a mudança fosse adotada.

Com o aval da agência reguladora e do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), os aviões de pequeno porte --definidos como aqueles com envergadura inferior a 14,5 metros-- passaram a ter que usar apenas a pista auxiliar do aeroporto desde esta sexta-feira.

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"A Aena entende que há espaço para manter tanto a aviação comercial quanto a aviação executiva em operação no aeroporto de Congonhas", diz a concessária, em nota.

"Reforçamos o nosso compromisso em manter a aviação geral no aeroporto. Todavia, alguns ajustes são necessários para melhorar a performance operacional e a segurança."

Na próxima sexta (17), entrará em vigor uma outra proibição na pista principal, para "pousos e decolagens de aeronaves turboélices e a pistão da aviação geral/executiva", explica a concessionária.

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"A pista principal do aeródromo será utilizada para operação de aeronaves da aviação comercial e de jatos de médio e grande porte da aviação geral", resume a Aena, que entende que as novidades vão "reduzir riscos e melhorar a eficiência operacional na pista principal".

Há, porém, uma exceção que libera o uso da pista principal para jatinhos: em caso de condições meteorológicas adversas, chamadas de categoria 1, quando há visibilidade igual ou menor a 800 metros para o pouso.

 

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Relembre os incidentes

Em 29 de outubro, a aeronave Cirrus Vision teve o pneu esquerdo do trem de pouso estourado quando pousava. A pista ficou interditada por 50 minutos até que a aeronave fosse retirada.

Em 1º de novembro, às 19h50, um Piper Aircraft PA-42, vindo de Cuiabá, também teve problemas com o trem de pouso durante a aterrissagem, às 19h50.

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Não houve feridos. O avião realizava transporte aeromédico e o passageiro foi retirado imediatamente pela equipe médica do aeroporto, em segurança.

A pista, no entanto, só foi liberada às 21h49, e o horário de funcionamento do aeroporto teve de ser estendido até 0h30 para que a operação das companhias aéreas fosse concluída.

Com isso, 30 voos de partida e 43 de chegada foram cancelados. As operações só foram normalizadas às 9h do dia seguinte.

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Já em 3 de novembro, um jato executivo do modelo Cessna Citation, procedente de Estrela D'Oeste (SP), teve falha no sistema de freios durante a aterrissagem, às 16h13.

Os pousos e decolagens na pista principal foram retomados às 17h30. Houve 12 voos cancelados e 14 alternados para outros aeroportos em razão do episódio.

Em documento obtido pelo Painel S.A., Kleber Almada Meira, diretor-executivo do aeroporto de Congonhas, ao fazer o pedido das novas proibições, argumentou que a situação não se restringe aos três incidentes recentes. Ele lembrou, na solicitação, caso de maiores proporções em outubro de 2022.

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"Os três eventos de interdição de pista em menos de uma semana, todos ligados à operação de aeronaves de aviação geral na pista principal, tiveram como consequência dezenas de voos cancelados e de alternados para outros destinos, com impacto a milhares de passageiros", escreveu.

"Cabe ainda destacar que [esses eventos] não constituem fato isolado. Em outubro de 2022, uma aeronave de pequeno porte (PP-MIX) realizava pouso na pista principal, por volta das 13h30, quando o pneu do trem de pouso traseiro estourou e o avião ficou rente ao barranco no final da pista. Naquela ocasião, a pista foi liberada para pousos e decolagens apenas às 22h18 (quase 9h de interdição)."

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