SEM AVANÇOS

Comissão dos atos golpistas promete fim para o mês de outubro

Palco de mentiras, CPMI não avança depois da oitiva de Heleno e quer ouvir outros militares

Letícia Maria, de Brasília

Publicado em 27/09/2023 às 15:54

Atualizado em 27/09/2023 às 18:09

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General Augusto Heleno e o senador Magno Malta (PL-ES) que presidiu o final da sessão em que oposição era só elogios para o depoente / Marcos Oliveira/Agência Senado

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17 de outubro é a previsão da data em que a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora, deu aos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro a apresentação do relatório final. Mesmo sem que apresente resultados satisfatórios para todos os que a acompanham, significam a indicação de quem foram os responsáveis pela invasão dos prédios sede do governo federal, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), em 8 de janeiro deste ano.

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A sessão de hoje teve mais um embate entre situação e oposição. A testemunha, general Augusto Heleno, ex-comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Messias Bolsonaro, pouco falou. E quando falou, ainda teve que responder por fragilidades tidas como mentiras. Mais um favorecido por habeas corpus do STF, o ministro Cristiano Zanin não permitiu que ele não comparecesse, mas disse que ele não precisava se incriminar.

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Confusão em cima de confusões

Foi a marca, mais uma vez, da sessão desta terça-feira (26). Sobrou até palavra de baixo calão direcionada pelo depoente à relatora, embora fora dos microfones, ouvidos em bom som por quem estava lá e por quem estava acompanhando pelas mídias. As mulheres são as mais atacadas. Desta vez, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duda Salabert (PDT-MG) foram os principais alvos dos pares. 

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Teve, inclusive, espaço para ode ao nazismo, por parte do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele comparou a prisão dos golpistas em 8 e 9 de janeiro com a condução dos judeus aos campos de concentração na Alemanha. A Conib, órgão da coordenação política da Comunidade Judaico-Brasileira emitiu nota de repúdio.

O bate-boca se resumiu a não responsabilizar militares por um golpe por conta dos acampamentos em frente aos quartéis, pois eram "inofensivos", segundo Heleno, e suportado por membros da oposição. A todo momento, os deputados lembravam que o governo não queria a CPMI, que a relatora nunca estava presente depois de realizar suas acusações, e que o relatório já estava pronto há muito tempo. 

Houve parlamentar acusando o envolvimento do ministro da Justiça, Flávio Dino, com Eliziane, por ambos serem do Maranhão e a relatora não ter sido enfática na cobrança das imagens do Palácio do Ministério da Justiça. Também houve expulsão de parlamentar, foi o caso de Abílio Brunini (PL-MT) conhecido por tumultuar as sessões. Arthur Maia (União-BA) interrompeu a sessão e pediu a segurança para retirar o deputado do recinto.

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Eliziane Gama manifestou ainda a sua intenção na oitiva de outros deputados, como é o caso do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente da República junto a Bolsonaro. Mas não há consenso nem mesmo na situação, que inclusive não vê em como a oitiva de Garnier, o brigadeiro mencionado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Almir Garnier Santos foi ministro da Marinha no governo Bolsonaro e, segundo a delação, teria sido o único a concordar com o ex-presidente com a aventura golpista.

A promessa é que na sessão desta quinta-feira (28), sejam apreciados os requerimentos para a oitiva de militares e outros envolvidos com os atos golpistas de 8 de janeiro.

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