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Com HIV e câncer, locutor Asa Branca é transferido após esposa reclamar de hospital público

Folhapress

Publicado em 29/12/2019 às 15:18

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Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos, o Asa Branca. / Reprodução/Internet

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Após afirmar que Asa Branca estava sendo maltratado no Hospital Vereador José Storopolli, o Vermelhinho, na zona norte de São Paulo, Sandra dos Santos, mulher do locutor de rodeios, decidiu transferir o marido para o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

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Sandra dos Santos afirma que ele deixou a unidade de saúde por volta das 23h deste sábado (28). Ela diz ainda que pediu para que o hospital liberasse o locutor de rodeios, mas "eles disseram que não iam liberar" e que "eu saísse por conta".

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"Os tios da minha filha me ajudaram a tirar ele de lá [Vermelhinho]. Tiramos sem alta mesmo e o trouxemos para o Icesp", diz Santos, que reforça que o marido ainda estava um pouco desorientado, mas bem mais calmo na manhã deste domingo (29).

No dia anterior, ela disse que o marido havia sido maltratado no Vermelhinho e chegou a ser amarrado. "Estou vivendo o inferno aqui nesse hospital. Meu marido está grudado em mim, ele não solta da minha roupa, de medo de ficar sozinho aqui e baterem nele", disse ela, em referência ao atendimento prestado pelos enfermeiros na unidade.

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Em nota, A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, responsável pelo hospital, afirmou que o locutor não foi maltratado e disse que foi necessário adotar "contenção mecânica" em alguns momentos para a proteção do próprio paciente.

Segundo a Secretaria, o objetivo da contenção mecânica, associada à contenção medicamentosa (sedação), é a proteção do paciente - tanto para evitar queda quanto para evitar perda de seus acessos (cateter de oxigênio, sondas, cateter venoso), ou que o paciente acabe por se machucar. 

Asa Branca, 57, foi internado na madrugada de sexta-feira (27) na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Vermelhinho após sentir falta de ar em casa. No sábado, ele foi transferido para a enfermaria.

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O locutor havia recebido alta do Icesp no último dia 22. Portador do vírus HIV, o locutor foi diagnosticado com câncer na mandíbula e está com tumores em vários pontos da garganta e da boca.

Logo após receber alta antes do Natal, Sandra dos Santos havia afirmado que o marido não estava reclamando de dor. Ela disse que Asa Branca passava a maior parte do tempo dormindo e acordava apenas para tomar medicação ou quando alimentação e água eram colocados via sonda. 

Antes da alta hospitalar no dia 19 de dezembro, a mulher do locutor havia afirmado que os médicos deram a ele mais um mês de vida. "O estado é grave. Os médicos dizem que não tem mais o que fazer, que agora é só esperar a vontade de Deus. Milagres acontecem e eu tenho esperança ainda. Mas estamos vendo que é complicado", disse Santos, à época.

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Uma vaquinha virtual foi aberta por ela para tentar conseguir fundos para ajudar com as despesas referentes ao tratamento médico do locutor. É possível ajudar pelo site Vakinha.

ÍCONE DOS RODEIOS

Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos foi milionário e um ícone no mundo dos rodeios por criar um novo estilo de narração. Ele chegou a ganhar R$ 1 milhão em um único mês, morava nos Jardins e usava helicópteros e aviões fretados como meio de transporte.

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Após abusar de uma vida de luxo, sexo e drogas, ele perdeu, ao menos, R$ 10 milhões. Portador do vírus HIV desde 1999, o locutor, que apresentava os principais rodeios país afora, era figura fácil em programas de TV. Quase morreu em 2013, após contrair uma doença transmitida por pombos e meningite. Ele tentou retomar a carreira depois disso, mas a doença foi se agravando.

A carreira de Asa Branca foi meteórica. Virou locutor por acaso em 1985, quando o narrador oficial brigou com a direção de uma festa. Tinha sido eliminado do rodeio no primeiro dia e perdido o gosto pela atividade após ser pisado por um touro em 1984. O pisão lhe rendeu uma cirurgia no peito.

Tomou gosto pela narração e resolveu se aperfeiçoar. Foi limpar cocheiras no Texas, onde acontecem alguns dos principais eventos da área nos EUA, e conheceu uma tecnologia avançada à época: microfone sem fio.

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