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Caso Mariana Ferrer: empresário é inocentado após juiz condena-lo por ‘estupro culposo’

De acordo com o promotor do caso, o empresário não tinha como saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação

Gazeta de S. Paulo

Publicado em 03/11/2020 às 15:25

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André Aranha e Mariana Ferrer / Reprodução

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O caso de Mariana Ferrer foi encerrado. A jovem acusava o empresário André de Camargo Aranha de a ter estuprado durante uma festa em 2018. Ele foi considerado inocente.

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De acordo com o promotor do caso, o empresário não tinha como saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, ou seja, ele não tinha “intenção” de estuprar. A partir disso, o juiz aceitou a alegação de que o empresário cometeu “estupro culposo”, um “crime” não previsto por lei. As informações foram publicadas pelo “The Intercept Brasil”.

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Ou seja, como ninguém pode ser condenado por um crime que não existe, o acusado foi absolvido.

Audiência

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Um vídeo obtido pelo “The Intercept Brasil” mostra Mariana sendo humilhada pelo advogado do acusado. Nas imagens, a defesa de Aranha mostra fotos publicadas pela jovem enquanto trabalhava como modelo.

No ponto de vista da defesa, as fotos eram um argumento para dizer que a relação entre os dois foi consensual.

O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho analisou as imagens, que definiu como “ginecológicas”, sem ser questionado sobre a relação delas com o caso. No vídeo, o advogado diz “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana. Ele também fala sobre o choro de Mariana: “não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”.

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“Excelentíssimo, eu tô implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”, diz a jovem.

Processo em segredo

Mariana tornou o caso – que corria em segredo de justiça – público ao compartilhar nas redes sociais o acontecido. De acordo com a jovem, foi uma forma de pressionar a investigação que considerava parada devido à influência de Aranha.

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Contudo, após compartilhar detalhes do caso, o perfil de Mariana foi removido pelo Instagram em agosto de 2020. Ao ser suspenso, a conta estava com mais de 850 mil seguidores.

No Twitter, ela compartilhou um print em que a plataforma justifica que a conta foi removida “devido a um processo judicial”. O acusado é defendido por Cláudio Gastão da Rosa Filho, um dos advogados mais caros de Santa Catarina.

Estupro

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De acordo com Mariana, o estupro teria acontecido em 15 de dezembro de 2018, na festa de abertura do verão Music Sunset do beach club Café de la Musique, em Jurerê Internacional, em Florianópolis.

Na época, Mariana trabalhava como promotora do evento e era responsável por divulgar a festa nas redes sociais.

Um vídeo mostrando Mariana grogue subindo uma escada com a ajuda do acusado foi vazado. Após alguns minutos, a jovem desce as escadas, seguida de Aranha.

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Depois de meses, a polícia solicitou o material ao beach club, mas a boate disse que o dispositivo de armazenamento exclui as imagens após quatro dias. Como consequência, mesmo a boate ter 37 câmeras de segurança, não foi possível recuperar imagens do resto da noite. Mesmo assim, o vídeo vazado na internet foi incluído no processo.

Mariana disse, em seu depoimento, que teve um lapso de memória entre o momento em que uma amiga a puxou pelo braço e a levou para um dos camarotes do Café em que Aranha estava e a hora em que “desce uma escada escura”.

A jovem, que era virgem, tinha uma dose de gin anotada na comanda do bar em seu nome. A virgindade de Mariana foi constatada pelo exame pericial.

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A defesa de Aranha alega que Mariana manipulou os fatos com a publicação de detalhes do caso na internet. “Tu vive disso? Esse é teu criadouro, né, Mariana, a verdade é essa, né? É teu ganha pão a desgraça dos outros? Manipular essa história de virgem?”, disse Cláudio Gastão durante a audiência.

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