Brasileiros buscam gasolina mais barata na Argentina / Marcos Santos/USP Imagens
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Após a alta do combustivel, brasileiros passam até quatro horas em filas de postos na cidade de Puerto Iguazú, na Argentina, fronteira com Foz do Iguaçu (PR), para comprar gasolina mais barata. O movimento está causando falta de combustível para os moradores. Os cinco postos da cidade de 80 mil habitantes não conseguem atender a demanda porque passaram a receber volume menor de gasolina e diesel após a alta do petróleo.
Os brasileiros cruzam a fronteira para encher o tanque mesmo tendo que enfrentar filas e pagar mais que os consumidores argentinos. Em Puerto Iguazú, o combustível é mais caro para estrangeiros. Para os argentinos o valor gira em torno de R$ 5,17 a R$ 5,56 pelo litro da gasolina aditivada, que é mais cara.
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Os motoristas brasileiros ainda precisam seguir outras exigências: só podem abastecer até 40 litros por tanque e respeitar horários determinados pelos postos. As bombas estão disponíveis para estrangeiros apenas das 12h às 18h e das 23h às 6h, em dias de semana, e das 12h às 6h em finais de semana e feriado. Também há filas diferenciadas para argentinos e estrangeiros, e alguns estabelecimentos não vendem combustível para brasileiros.
Compensa?
Apesar de todas as dificuldades, para alguns motoristas, cruzar a fronteira ainda compensa. O mototaxista Angelo Pereira vai a Puerto Iguazú a cada dois dias para encher o tanque. Ele e a esposa, que é motorista de aplicativo, dependem do combustível para sobreviver. Por isso, a diferença no preço, no caso deles, compensa. Pereira comenta que, se utilizassem o combustível brasileiro, não teriam lucro. Ele percorre 30 quilômetros, ida e volta, entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú.
Outro relato, é de um brasileiro que estuda medicina no Paraguai, Hiago Afonso, que vai a Puerto Iguazú toda semana, mesmo tendo que enfrentar uma espera de duas a quatro horas nas filas. Ele diz que gasta cerca de R$ 400 para encher o tanque de sua camionete no Brasil. Já na Argentina, o valor cai para R$ 247. Para aproveitar a viagem, Afonso às vezes também compra carne, que é vendida pela metade do preço cobrado no Brasil.
Comércio clandestino
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A alta demanda pela gasolina criou um comércio clandestino em Puerto Iguazú. Motoristas dizem que, quando o combustível acaba ou o horário de abastecer para estrangeiros termina, vendedores de gasolina circulam próximo às filas para oferecer o produto um pouco mais caro que nos postos. Devido a prática ilegal, a polícia argentina intensificou a fiscalização em Puerto Iguazú.
*Com informações do UOL
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