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As Forças Armadas não cumpririam uma 'ordem absurda', diz Bolsonaro

Em cerimônia realizada nesta segunda-feira (27) se pronunciou sobre a participação de militares em seu governo

Folhapress

Publicado em 27/09/2021 às 14:10

Atualizado em 27/09/2021 às 14:14

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As declarações ocorreram durante cerimônia alusiva aos 1.000 dias de governo / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (27) que as Forças Armadas não cumpririam "uma ordem absurda" dada pelo mandatário. A declaração ocorreu no Palácio do Planalto, durante cerimônia alusiva aos 1.000 dias de governo.

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"As Forças Armadas estão aqui. Elas estão ao meu comando, sim, ao meu comando. Se eu der uma ordem absurda, elas vão cumprir? Não. Nem a mim, nem a governo nenhum. E as Forças Armadas têm que ser tratadas com respeito", declarou.

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"Quando criaram a [pasta da] Defesa em 1999 não foi por uma necessidade militar, foi por uma imposição política, para tirar os militares deste prédio [Palácio do Planalto]. Alguns criticam que eu botei militar demais [no governo], mais até, proporcionalmente, do que os governos [militares] de Castello Branco a Figueiredo. Sim, é verdade, é meu círculo de amizade. Assim como de outros presidentes foram outras pessoas, era o círculo de amizades deles".

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Ao longo dos últimos meses, Bolsonaro promoveu uma escalada de declarações autoritárias que geraram tensão entre opositores e governadores. Ele chegou a questionar a realização das eleições em 2022 e a afirmar que sua derrota na campanha pela reeleição só seria possível em caso de fraude.

Causou apreensão, ainda, a adesão de policiais militares ao bolsonarismo e as falas do mandatário sobre as Forças Armadas.

Em mais de uma ocasião neste ano, Bolsonaro usou a expressão "meu Exército", o que gerou críticas por ser interpretada como uma tentativa de politizar a instituição.

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Ele também se referiu às Forças Armadas como "poder moderador", apesar de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) estabelecer que militares não têm essa atribuição.

Além do mais, em 7 de Setembro Bolsonaro liderou manifestações de cunho golpista. Na ocasião, o mandatário ameaçou o STF e o presidente da corte, Luiz Fux. Dias depois, divulgou uma carta em que fazia um recuo tático.

Ainda na cerimônia desta segunda-feira, Bolsonaro criticou a decisão da CNN Brasil de demitir Alexandre Garcia após o comentaristas ter defendido, no quadro Liberdade de Opinião, tratamentos ineficazes para a Covid-19.

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Bolsonaro tem um histórico de declarações defendendo esses remédios, como a hidroxicloroquina e ivermectina, o "kit covid".

"Assistimos semana passada algo estarrecedor. Uma grande rede de televisão, num quadro conhecido como Liberdade de Opinião, um famoso jornalista foi demitido por sua opinião. Não tem coisa mais absurda do que isso. Para onde estamos caminhando?"

A demissão de Garcia, aliado de Bolsonaro, foi confirmada por comunicado da rede de televisão.

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A decisão foi tomada após o comentarista reiterar a defesa do tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso de medicamentos sem eficácia comprovada", diz a nota. A emissora afirmou que o quadro dele continuará no ar, mas não informou quem será seu substituto.

O texto distribuído pela assessoria de imprensa do canal também afirma que a CNN Brasil "reforça seu compromisso com os fatos e a pluralidade de opiniões, pilares da democracia e do bom jornalismo".

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