A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio montaram forças-tarefas para ajudar na identificação de corpos e busca por desaparecidos / Agência Brasil
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Ao menos 58 pessoas, incluindo duas crianças, morreram devido ao forte temporal que atingiu na tarde desta terça (15) a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, causando inundações, enxurradas e deslizamentos.
Até o final da manhã desta quarta (16), a Defesa Civil Municipal contabilizou 258 ocorrências, sendo 213 deslizamentos e 45 desabamentos ou quedas de muros e árvores. As equipes ainda trabalham nos resgates, pois há grande dificuldade de acesso em alguns locais.
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No total, 372 pessoas estão sendo acolhidas em 33 escolas públicas do município. O governo do estado também informou que 21 pessoas foram salvas com vida e que um hospital de campanha com dez leitos foi montado para oferecer os primeiros atendimentos.
De acordo com as autoridades, choveu em apenas seis horas (260 mm) o equivalente aos últimos 30 dias (272 mm), e ainda deve chover mais. A previsão para a cidade é de pancadas moderadas isoladas durante a tarde e a noite, e de chuva forte na quinta (17) e na sexta (18).
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No dia anterior ao temporal, a Defesa Civil do Rio de Janeiro recebeu um alerta da possibilidade de deslizamentos pontuais na região. Segundo Paulo Artaxo, professor titular do Instituto de Física da USP, o governo estadual deveria ter evacuado a cidade.
A prefeitura decretou estado de calamidade pública e luto oficial por três dias, estando ainda em alerta máximo. A Defesa Civil municipal orienta que a população fique atenta aos informes e que, em caso de emergência, ligue para o número 199.
As regiões do primeiro distrito foram as mais afetadas, sendo as ocorrências mais graves registradas nos locais Morro da Oficina, 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, rua Uruguai, rua Washington Luiz, Coronel Veiga, Vila Militar, Vila Felipe, avenida Portugal e rua Honorato Pereira.
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"Há uma grande equipe concentrada no Morro da Oficina, onde acreditamos ter o maior número de vítimas ainda soterradas. Estamos com 400 militares mobilizados e atuando em 44 pontos atingidos pelo temporal", disse no local o secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Leandro Monteiro.
Ali, por exemplo, há imagens de crianças sendo retiradas sujas de lama de uma escola, parcialmente destruída. Vídeos que circulam nas redes sociais também mostram carros sendo arrastados pela correnteza e grandes deslizamentos.
Moradores relatam que, após o temporal, encontraram um cenário de guerra nas ruas de Petrópolis, com muita lama, casas destruídas ou alagadas, ferro retorcido e carros amontoados ou destruídos. Famílias passaram a procurar seus parentes e amigos nas ruas e hospitais, além de divulgarem fotos nas redes sociais.
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Os corpos começaram a ser retirados durante a madrugada, depois que o nível da água baixou, mas ainda não há certeza sobre o número de desaparecidos. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros está recebendo quem busca informações sobre familiares, e o Instituto Médico Legal (IML) local trabalha para identificar as vítimas encontradas.
As equipes também atuam para resgatar outras vítimas, desobstruir estradas e atender pessoas que perderam seus bens, com medicamentos e remoções. Um hospital de campanha foi montado, e oito ambulâncias fazem ações de socorro e transferências de pacientes.
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As famílias desalojadas e desabrigadas estão sendo cadastradas pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. As que já foram abrigadas estão em escolas nas regiões do Centro, São Sebastião, Vila Felipe, Alto Independência, Bingen, Dr. Thouzete e Chácara Flora.
Batalhões da Polícia Militar funcionam como pontos de recolhimento de doações para as vítimas da chuva em todo o estado. A corporação diz que água mineral e itens de higiene pessoal são necessários neste momento.
"É uma situação quase que de guerra. Toda a nossa equipe está mobilizada: Corpo de Bombeiros, secretarias e demais órgãos do estado", afirmou o governador Cláudio Castro (PL), que está no local e participa de reuniões com secretários estaduais e com o comandante-geral dos Bombeiros.
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São usados 20 caminhões, 20 retroescavadeiras, 10 escavadeiras hidráulicas, 10 carros-pipa e 5 caminhões vacoll (que suga detritos). Uma equipe da Delegacia do Consumidor também fiscaliza uma possível supervalorização de preços em estabelecimentos comerciais.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que pôs toda a estrutura do município à disposição do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, para auxiliar nas operações.
Nas redes sociais, Bomtempo disse que tinha acabado de chegar a Brasília quando ficou sabendo das chuvas e que por volta das 22h já estaria de volta a Petrópolis. "Estamos passando por uma situação de extrema gravidade e direcionamos todos os esforços para garantir o socorro da população", disse.
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Ele afirmou que ligou para empresas e empreiteiros pedindo máquinas, caminhões e pessoal para auxiliar na recuperação da cidade. "Quero dizer para o nosso povo aguentar firme, que se Deus quiser essa chuva vai passar, a gente vai conseguir dar uma resposta", afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), em visita à Rússia, classificou a chuva como tragédia e afirmou em suas redes sociais que contatou os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Paulo Guedes (Economia) para auxiliar imediatamente as vítimas.
Doações
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O secretário estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro, Leandro Monteiro, disse que o município está enfrentando problemas de falta de água e de luz, além de dificuldades com sinais de celulares, devido aos estragos provocados pela chuva de ontem.
A Águas do Imperador, concessionária responsável pela distribuição de água na cidade, disse que 19 bairros estão com o abastecimento comprometido. Entre as causas para o problema estão a falta de energia elétrica que impede o funcionamento de bombas e o rompimento de encanamentos.
A concessionária informou que equipes estão trabalhando para tentar restabelecer o sistema o mais rápido possível, mas ainda não há previsão para conclusão dos reparos.
Monteiro pediu que as pessoas façam doações de água mineral aos quartéis dos bombeiros, para que possam ser entregues à cidade.
Há ainda vários pontos que estão recebendo donativos, como a Câmara Municipal de Petrópolis, que está aceitando alimentos não perecíveis, água, roupas limpas para todas as idades, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas íntimas e roupa de cama, entre outros.
Na cidade do Rio de Janeiro, o MPRJ está recebendo doações em sua sede, na Avenida Marechal Câmara, 370, no centro.
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