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Brasil avança na luta contra a tuberculose com vacina de eficácia prolongada

A vacina tem capacidade de induzir uma resposta imune celular maior e mais duradoura do que o imunizante tradicional

Ana Clara Durazzo

Publicado em 01/04/2025 às 10:33

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A tuberculose afeta os pulmões e pode provocar tosse seca ou produtiva, com duração de três semanas ou mais / Freepik

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O Instituto Butantan tem uma nova candidata vacinal contra tuberculose que vem sendo pesquisada. A vacina tem capacidade de induzir uma resposta imune celular maior e mais duradoura do que o imunizante tradicional, o BCG (Bacilo de Calmette e Guérin).

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Segundo dados publicados na revista Frontiers in Immunology, a nova vacina gerou altos níveis de células de memória imunológica por até seis meses em testes com modelos animais.

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O produto em estudo é um BCG recombinante, que consiste na inclusão de um adjuvante à vacina tradicional para potencializar sua eficácia. 

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Neste ano, o SUS deve incluir vacina contra bronquiolite no calendário de gestantes A aprovação foi feita no mês passado.

Aplicado no Brasil há 100 anos, o BCG tradicional é altamente eficaz em crianças. No entanto, a queda da imunidade na vida adulta e o desenvolvimento de resistência às bactérias têm motivado a busca por uma nova vacina contra a tuberculose. 

Além de durar pelo menos seis meses, a proteção com BCG recombinante foi superior. A candidata vacinal reduziu a infecção em 99% dos modelos analisados, enquanto o BCG tradicional reduziu em 90%. 

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Os novos resultados ganharam notoriedade internacional e foram apresentados em um simpósio científico organizado anualmente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), agência de fomento que financia a pesquisa. 

Em estudo anterior, os pesquisadores do Butantan já haviam registrado uma maior resposta da vacina recombinante, além de uma melhora da função pulmonar em modelos animais. Mais pesquisas ainda precisam ser realizadas para viabilizar, futuramente, o desenvolvimento de testes em humanos.

Vacina na infância 

O BCG faz parte do Calendário Nacional de Vacinação Infantil e deve ser administrado nas primeiras 12 horas após o nascimento, protegendo contra as formas mais graves da tuberculose.

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Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2022 houve um aumento de 16% no número de casos da doença em crianças de até 4 anos. 

Tuberculose

A tuberculose afeta os pulmões e pode provocar tosse seca ou produtiva, com duração de três semanas ou mais, além de febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.

A transmissão ocorre através da tosse, fala ou espirro de uma pessoa infectada. Em casos graves, pode haver dificuldade respiratória, tosse com pus ou sangue, colapso do pulmão e acúmulo de pus na membrana que reveste o pulmão.

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O tratamento dura no mínimo seis meses e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A doença só tem cura quando a terapia é seguida da forma correta durante todo o período orientado pelo profissional de saúde, mesmo que os sintomas desapareçam antes.

Segundo a OMS, a tuberculose atinge 10 milhões de pessoas todo ano,  principalmente em países de baixa e média renda. Desse número, 1,2 milhão vão a óbito.

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