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Os dados são da mais recente pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 10 e 11 de fevereiro, com 2.007 eleitores em 113 cidades
A inflação de alimentos também tem sido um ponto de preocupação para a população / Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu de 35% para 24% em dois meses, atingindo o menor patamar de seus três mandatos no Palácio do Planalto. A reprovação, por sua vez, subiu de 34% para 41%, também um recorde negativo.
Os dados são da mais recente pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 10 e 11 de fevereiro, com 2.007 eleitores em 113 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
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A queda na popularidade reflete o impacto de crises recentes, como a polêmica envolvendo a fiscalização do Pix e a inflação de alimentos.
Além disso, a oposição tem explorado declarações do presidente, como a sugestão de que as pessoas "parem de comprar comida cara", o que foi interpretado como uma falta de empatia.
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A crise do Pix, ocorrida em janeiro, foi um dos principais fatores que contribuíram para a queda na aprovação de Lula.
A proposta de fiscalizar transações acima de R$ 5.000 gerou uma onda de críticas e fake news sobre uma possível taxação, levando o governo a recuar. Apesar da revogação da medida, o episódio deixou marcas na imagem do governo.
A inflação de alimentos também tem sido um ponto de preocupação para a população.
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Declarações do presidente sobre o tema, vistas como insensíveis, foram amplamente criticadas e aproveitadas pela oposição.
A pesquisa mostra que a queda na aprovação de Lula ocorreu até mesmo entre grupos tradicionalmente próximos ao petista.
Entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, a aprovação caiu de 44% para 29%. No Nordeste, reduto eleitoral de Lula, a avaliação positiva recuou de 49% para 33%.
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Entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022, a aprovação caiu 20 pontos percentuais, chegando a 46%.
A desaprovação quase dobrou nesse grupo, passando de 7% para 13%, enquanto a avaliação "regular" subiu de 27% para 40%.
A reprovação de Lula (41%) é semelhante à de Jair Bolsonaro (PL) no mesmo período de seu mandato, quando o ex-presidente registrou 40% de avaliações ruins ou péssimas.
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No entanto, a aprovação de Bolsonaro era ligeiramente melhor, com 31% contra os 24% de Lula.
A pesquisa não especula sobre o cenário eleitoral de 2026, mas a queda na popularidade de Lula acende um alerta no Planalto.
O presidente tem tentado minimizar a crise, atribuindo parte dos problemas à disseminação de fake news e afirmando que será candidato em 2026 "se estiver legal de saúde".
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Enquanto isso, a oposição começa a se movimentar, com nomes como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e figuras do bolsonarismo, como Pablo Marçal e Gusttavo Lima, testando as águas para uma possível candidatura.
Jair Bolsonaro segue inelegível até 2030 devido à condenação no TSE.
A pesquisa do Datafolha reforça os desafios que Lula enfrenta para recuperar sua popularidade e manter a base de apoio em meio a crises econômicas e políticas.
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O governo terá que lidar com a pressão da oposição e a insatisfação de parte do eleitorado para reverter a atual tendência de queda.