Pandemia

Variante Ômicron já pode ser considerado o vírus de mais rápida propagação da história

A nova cepa consegue infectar até pessoas já vacinadas, porém a vacina impede, na maioria dos casos, a doença grave

Agência Brasil

Publicado em 03/01/2022 às 12:15

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A nova cepa pode já ser o vírus de mais rápida propagação de toda a história / Folhapress

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A variante Ômicron do SARS-CoV-2 está levando à explosão do número de casos de covid-19 em várias nações pelo mundo. De acordo com informações do médico infectologista norte-americano, Roby Bhattacharyya, do Hospital Geral de Massachusetts, a nova cepa pode já ser o vírus de mais rápida propagação de toda a história.

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“É uma propagação incrivelmente rápida”, destacou Bhattacharyya.

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O médico fez uma comparação entre a Ômicron e o sarampo, um dos vírus mais contagiosos. Ele concluiu que, num cenário de ausência de vacinação, um caso de sarampo daria origem a mais 15 casos em apenas 12 dias. Já um caso de Ômicron daria origem a 216 casos no mesmo período. Isso significa que, em 35 dias, a Ômicron poderia atingir 280 mil pessoas, enquanto o sarampo afetaria 2.700.

Já em um cenário em que a maioria da população está vacinada ou já teve covid-19, o especialista avalia que um caso de Ômicron dê origem a apenas mais três casos, número semelhante ao do vírus original, ausente de mutações. No entanto, essa previsão continua preocupante, podendo ser comparada à transmissibilidade do SARS-CoV-2 quando apareceu inicialmente e começou a propagar-se, num momento em que não havia vacinas e poucas eram as medidas de contenção.

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“Nas condições atuais”, com vacinação e restrições, “um modelo simples de crescimento exponencial revelaria 14 milhões de pessoas infectadas com Ômicron a partir de um único caso, em comparação com as 760 mil infectadas com sarampo numa população sem defesas específicas”, adiantou o médico.

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Ômicron

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“É o vírus mais explosivo e de mais rápida difusão de toda a história”, alertou também o médico Anton Erkoreka, que investiga epidemias passadas. Ele comparou o SARS-CoV-2 à gripe russa de 1889: ambos os vírus levaram apenas três meses para se propagar em todo o planeta. Agora, “a variante Ômicron bateu o recorde de propagação”, afirmou.

A nova cepa consegue infectar até pessoas já vacinadas, porém a vacina impede, na maioria dos casos, a doença grave. O menor risco individual é a razão pela qual, neste momento, o número de contágios dispara, mas o número de pessoas hospitalizadas se mantém estável.

Em pessoas não vacinadas, a Ômicron é apenas cerca de 25% menos grave do que a variante Delta, a versão do vírus que até há pouco tempo era dominante, afirmou o infectologista Roby Bhattacharyya.

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Até agora, seis estudos em fase preliminar sugeriram que a Ômicron tem maior facilidade de invadir as vias respiratórias altas, mas menor capacidade de infectar os pulmões, o que pode explicar a sua maior capacidade de infecção e menor letalidade.

A equipe do pesquisador Michael Chan, da Universidade de Hong Kong, foi a primeira a calcular em laboratório que a nova estirpe se multiplica 70 vezes mais rápido nos brônquios do que a variante Delta. No entanto, aparenta ser dez vezes menos eficiente nos pulmões.

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