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Rússia e Ucrânia estão próximas de acordo sobre grãos, mas paz ainda demora, diz ONU

Representantes ucranianos, russos e turcos se reuniram com oficiais da ONU em Istambul para costurar um acordo com vistas a estancar a crise global de alimentos causada pela invasão da Ucrânia

Folhapress

Publicado em 13/07/2022 às 21:35

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Sede da ONU / Mat Reding/Unsplash

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Um passo "importante e substantivo" foi dado nesta quarta (13) em direção a um acordo que permita retomar as exportações de grãos da Ucrânia pelo mar Negro, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

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Representantes ucranianos, russos e turcos se reuniram com oficiais da ONU em Istambul para costurar um acordo com vistas a estancar a crise global de alimentos causada pela invasão da Ucrânia, que gerou aumento nos preços de grãos, óleo de cozinha, combustível e fertilizantes. As conversas ocorreram a portas fechadas em um local não divulgado.

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"Espero que na próxima semana possamos ter um acordo final. Mas, como eu disse, ainda precisamos de muito boa vontade e compromissos de todas as partes", disse Guterres a repórteres em Nova York, acrescentando que agora há trabalho técnico a ser feito para que o pacto se materialize.

Apesar do empenho das partes na questão dos grãos, Guterres afirmou que "pela paz ainda temos um longo caminho a percorrer". Este foi o primeiro encontro pessoal entre delegações dos dois lados em meses, e as negociações diplomáticas por um cessar-fogo continuam travadas ao menos desde abril.

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Hulusi Akar, ministro da Defesa turco, disse esperar que o acordo seja assinado quando as partes se encontrarem novamente, na semana que vem. A Turquia deve fazer a segurança do escoamento e montar um centro de coordenação de exportação de grãos com representantes de Ucrânia, Rússia e ONU.

Moscou tem a preocupação de controlar e inspecionar as próprias embarcações para evitar o contrabando de armas, segundo disse à imprensa russa Piotr Iliichev, chefe do departamento de organizações internacionais do Ministério das Relações Exteriores.

Mais de 20 milhões de toneladas de grãos ucranianos estão presos em silos no porto de Odessa, e dezenas de navios ficaram retidos devido a bloqueios da Rússia. Moscou não comentou oficialmente a reunião desta quarta, mas o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que sua delegação reportou progressos e que a ONU mediará o acerto de detalhes.

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Mais cedo, o chanceler Dmitro Kuleba havia afirmado ao jornal El País que "um acordo está próximo".
Desbloquear as exportações é algo visto como vital para a segurança alimentar -principalmente de países em desenvolvimento- e a estabilização dos mercados; os dois países são grandes fornecedores de trigo, a Rússia tem grande participação no mercado de fertilizantes e a Ucrânia, de milho.

Longe de Istambul, no front, cidades ucranianas relataram bombardeios pesados nesta quarta. Moscou mantém a tentativa de avançar na província separatista de Donetsk, que pretende capturar depois de dominar Lugansk há algumas semanas. Uma autoridade separatista, Vitali Kiseliov, informou à agência de notícias russa Tass que forças do país estão em vias de tomar a cidade de Siversk; a Ucrânia nega, dizendo apenas que a cidade foi atacada por artilharia.

Tanto Donetsk quanto Lugansk foram reconhecidas nesta quarta como Estados independentes pela Coreia do Norte, terceiro país a tomar essa posição, depois de Síria e Rússia. Kiev anunciou que cortou relações diplomáticas com Pyongyang.

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Em um post em seu canal no Telegram, o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Puchilin, afirmou esperar "cooperação frutífera" e aumento do comércio com a Coreia do Norte, país isolado pela comunidade internacional e detentor de armas nucleares.

A "embaixada" de Donetsk em Moscou, inaugurada na terça (12), postou uma foto em seu canal no Telegram de uma cerimônia na qual o embaixador norte-coreano, Sin Hong-chol, entrega um certificado de reconhecimento à enviada Olga Makeieva.

A Rússia, que apoia as regiões desde 2014, reconheceu-as como independentes na véspera de sua invasão da Ucrânia, em um movimento condenado por Kiev e pelo Ocidente como ilegal. A Coreia do Norte já havia expressado apoio à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

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