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Putin autoriza operação militar russa na Ucrânia

O presidente russo disse que não poderia tolerar mais ameaças do vizinho e que as circunstâncias demandavam uma ação decisiva da Rússia no leste ucraniano, conhecido como Donbass

Folhapress

Publicado em 24/02/2022 às 08:10

Atualizado em 24/02/2022 às 08:57

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O presidente russo, Vladimir Putin / ALEXEI NIKOLSKY/ASSOCIATED PRESS

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O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a autorização de uma operação militar na Ucrânia. A informação foi dada pela agência de notícias Reuters, citando a mídia russa, nas primeiras horas desta quinta-feira (24), pelo horário local, final de noite de quarta no Brasil.

Segundo o comunicado, Putin disse que não poderia tolerar mais ameaças do vizinho e que as circunstâncias demandavam uma ação decisiva da Rússia no leste ucraniano, conhecido como Donbass. O presidente russo defendeu a opção pela operação para "proteger as pessoas". De acordo com ele, a intenção não é ocupar o território ucraniano.

Ele exortou soldados do país vizinho a baixarem as armas e irem para casa e disse que a Rússia vai reagir em caso de interferência externa. A responsabilidade por um eventual derramamento de sangue, segundo ele, "estará na consciência do regime de Kiev".

O anúncio foi feito exatamente ao mesmo tempo que uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU debatia a crise. Na abertura da reunião, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um pedido claro ao líder russo. "Se uma operação está sendo preparada, eu realmente digo do fundo do coração: impeça suas tropas de atacar a Ucrânia. Dê uma chance a paz. Muitas pessoas já morreram".

Mais cedo nesta quarta, Putin dissera que estava disposto a negociar uma solução diplomática para a crise com o Ocidente, desde que respeitados os "interesses e a segurança" de seu país. Para ele, "inegociáveis".
Do outro lado da fronteira, o Parlamento da Ucrânia aprovou nesta quarta-feira (23) uma declaração de estado de emergência válida para todo o país, exceto para as duas regiões no leste, onde já há uma medida do tipo em vigor desde 2014.

Nessa situação, o governo pode impor restrições de deslocamento, na distribuição de informações e no que é divulgado na mídia, além de introduzir conferência de documentos de cidadãos. O presidente Volodimir Zelenski propôs a introdução do estado de emergência mais cedo, diante de uma possível ofensiva militar russa de larga escala.

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À noite, em pronunciamento de 10 minutos divulgado pelo aplicativo Telegram, disse que a "Rússia aprovou uma ofensiva contra a Ucrânia" e acusou o presidente Vladimir Putin de não responder a seus pedidos por reuniões. "A resposta foi o silêncio", disse, em tom emocionado, falando em russo.

Segundo Zelenski, seu país está cercado por até 200 mil soldados de Moscou, e o que ele busca não é o conflito. "O povo ucraniano quer paz. O governo da Ucrânia quer paz e está fazendo tudo o que pode para alcançá-la", afirmou.

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